grita ela mergulhando
nas águas claras
sentindo na sua nudez
o frio inclemente dos lagos
a subir do seu âmago mais fundo
Mas ele fica calado
como se a interrogasse
juntando o seu silêncio à beira-face
no côncavo das mãos
Enquanto os animais
começam a sair, ainda indecisos
dos covis, das cavernas e das grutas
dos esconderijos das matas
farejando o ar gelado
das florestas, dos bosques
com as línguas ásperas-ávidas
a tentarem degustar o tempo
- Equinócio da Primavera
afirma a deusa das árvores
com os seus cabelos fulvos
enquanto o bronze
dos seus galhos se enchama
de pequeníssimas corolas e folhas
Equador celeste! - clama
Só então começa a despontar
a luz mais ampla
Maria Teresa Horta
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