"Quando todos os cálculos complicados se revelam falsos, quando os próprios filósofos não têm nada mais a dizer-nos, é desculpável que nos voltemos para a chilreada fortuita dos pássaros ou para o longínquo contrapeso dos astros ou para o sorriso das vacas."
Marguerite Yourcenar, Memórias de Adriano (revista e acrescentada por Carlos C., segundo Aníbal C. S.)

sexta-feira, 3 de abril de 2015

Páscoa no Chiado


Marina Tavares Dias apresentou uma interessante imagem do Chiado (Rua Garrett) cheio de gente, no que seria o percurso por 4 igrejas em Sexta-feira Santa (1943). 
Três igrejas do Chiado são, declaradamente, a dos Mártires e as duas do Largo do Chiado (antigo Largo das Duas Igrejas), a da Encarnação e a do Loreto. 
Quanto à 4.ª, fala de uma igreja na Rua Nova do Almada - seria a da Conceição-a-Nova. Mas, mais próxima do Chiado, existia (e existe) a igreja do Sacramento. Seria o circuito mais alargado?
E não seria a visita na Quinta-feira (comemoração do Lava-pés e da Última Ceia)? Parece-me movimento a mais para um dia em que o país, no período do Estado Novo, ficava reduzido a um triste e temeroso (mais do que religioso) silêncio. 
Lembro-me que a maioria dos poucos postos de rádio encerrava a emissão a partir das 15 horas.

Imagino que hoje (e ontem), o Chiado também terá estado cheio de movimento... de turistas.

Os tempos são outros. E a Igreja da Conceição-a-Nova também já não existe, deitada abaixo na década de 50, para ser substituída por um edifício da Caixa Geral de Depósitos (esquina da Rua Nova do Almada com a Rua da Conceição). 
Já se adivinhavam os novos tempos e o poder do capital (a exemplo da Igreja de S. Julião, adquirida pelo Banco de Portugal e com o espaço a ser usado como garagem durante vários anos).

Igreja da Conceição-a-Nova â direita

  

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