A situação de submissão ao capital é agravada - tem de ser! - pela ausência de sentido republicano/de serviço público do actual Governo (vulgarmente chamada de falta de "vergonha na cara").
E é ainda mais agravada pela sensação de falta de alternativas e, portanto, de impotência.
Todos os dias há mais um caso, mais uma história de indecentes e más figuras, de mau exemplo, autênticos tesourinhos deprimentes. Mais um prego...
Reduzem-se verbas de serviços públicos, encaminham-se pessoas para o desemprego, depois os serviços não funcionam e atamancam-se as soluções que nos saem... mais caras. A discussão, hoje, no Parlamento sobre os serviços de protecção de jovens...
O funcionamento da justiça arrepia. E alguns juízes brincam no facebook com o processo de José Sócrates.
A ministra das Finanças afirma que o Governo prevê poupar 600 milhões de euros em 2016, com uma reforma do sistema de pensões. Como? Que reforma? Se é a que estava no Documento de Estratégia Orçamental, então é a que foi chumbada pelo Tribunal Constitucional. Mas é ainda este Governo que vai fazer uma reforma das pensões para 2016?
Querem baixar os impostos (TSU) para as entidades patronais e as pensões baixam para os desgraçados que já as têm baixas!...
Depois, há os "casos":
Concursos públicos organizados pela CRESAP, instituição criada para que houvesse transparência nos concursos, foram manipulados. Um elemento da CRESAP foi apanhado em escutas, a combinar com um amigo a melhor forma deste ganhar um concurso. A senhora em causa parece que foi lá colocada pela Ministra da Justiça.
O juiz presidente do Tribunal da Relação que redigiu o acórdão sobre a prisão de José Sócrates e se notabilizou pela utilização irónica de provérbios foi apanhado em escutas telefónicas no caso dos "vistos gold". Segundo o jornal i, oferecia apoio pessoal e institucional em tudo o que fosse necessário ao, entretanto detido, ex-presidente do Instituto dos Registos e Notariado.
O inquérito que lhe foi aberto foi agora arquivado. Era tudo normal.
Também questiono se é legal que aquilo que é apanhado nas escutas apareça transcrito nos jornais.
Um antigo empregador do Primeiro-Ministro, presidente do Instituto do Território - instituto que fundou quando Passos Coelho chegou ao poder - membro do Conselho Nacional do PSD e director do gabinete de estudos do mesmo partido, consegue que o seu instituto seja contratado para serviços de assessoria e consultadoria a organismos do Governo e, por sua vez, contrata serviços às empresas a que o próprio está ligado. É essa mesma pessoa que coordena o programa eleitoral do PSD...
Podemos conhecer aqui o Sr. Rogério Gomes.
"Haverão" outros casos assim.
Como no facebook, é tudo amigos!...
Mas, usando um dos provérbios do acórdão do juiz acima referido, "diríamos, amizade sim, por que não? Mas, tanto assim também não! E amizade assim por que razão?"
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