"Quando todos os cálculos complicados se revelam falsos, quando os próprios filósofos não têm nada mais a dizer-nos, é desculpável que nos voltemos para a chilreada fortuita dos pássaros ou para o longínquo contrapeso dos astros ou para o sorriso das vacas."
Marguerite Yourcenar, Memórias de Adriano (revista e acrescentada por Carlos C., segundo Aníbal C. S.)

quarta-feira, 1 de abril de 2015

Em Órbita há 50 anos

Em Órbita foi um programa histórico da rádio.
Profissionais da área dizem que foi "um dos mais importantes e fundamentais programas da história da rádio em Portugal". A sua primeira emissão foi há 50 anos (1 de Abril de 1965).

Foi uma nova forma de rádio nos tristes anos da década de 60 que marcou uma geração, a procura de criar um gosto, despertar "intimidades afectivas naquelas regiões da alma onde as coisas ganham a força do que é credível" (disse um dos seus criadores, Jorge Gil).
Na sua origem está um grupo de jovens profissionais de rádio.

O programa não teve uma história linear. Sofreu cortes - hiatos no tempo - e passou por várias fases (e estilos musicais, sempre de qualidade), começando pela música popular anglo-americana e terminando com a música clássica, sobretudo de épocas pré-românticas.

Eu era muito novo para seguir a época inicial. Cruzei-me com o Em Órbita na fase em que este fazia a promoção de música antiga executada com instrumentos de época e procurando seguir, também, as práticas interpretativas originais.
Foi uma época em que o programa promoveu a realização de concertos de música antiga.
Não esqueço o impacte que teve para mim a audição das Vésperas de Monteverdi, dirigidas por Jordi Savall. As Vésperas seriam o primeiro CD da minha discoteca, comprado quando ainda nem tinha leitor de CD (pedi a um amigo para me gravar o disco numa cassete!).





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