as sonhadoras furtivas
as preferidas dos
anjos
profanas e metafóricas
rebeldes com avidez
profanas e metafóricas
rebeldes com avidez
no desacato da
vida
Elas são as
alumbradas
com êxtases
e visões múltiplas
com êxtases
e visões múltiplas
apóstolas e
passionárias
com crueldades simbólicas
metafóricas, destemidas
com crueldades simbólicas
metafóricas, destemidas
Elas são as
pensadoras
fantasiosas, ascetas
no desacato das regras
fantasiosas, ascetas
no desacato das regras
reinventam riso e
risco
a reescreverem a escrita
a linguagem perdida
a reescreverem a escrita
a linguagem perdida
Elas são as
poetisas
mas também as romancistas
filósofas, historiadoras
mas também as romancistas
filósofas, historiadoras
chamejantes e
luzentes
singulares e criativas
onde seria suposto
singulares e criativas
onde seria suposto
encontrar-se o seu
oposto
Elas são
mediadoras
no torvelinho dos dias
vão cerzindo a sua imagem
no torvelinho dos dias
vão cerzindo a sua imagem
correm na vida
sozinhas
Tomam conta do
saber
inscrevem novas palavras
desatam mitos e símbolos
inscrevem novas palavras
desatam mitos e símbolos
Elas são as
jubilosas
singulares, impacientes
a recusarem os medos
singulares, impacientes
a recusarem os medos
desobedecem e
partem
dizendo não ao destino
descobrem a própria sina
dizendo não ao destino
descobrem a própria sina
Elas saltam, elas
dançam
em cima do seu passado
escolhem rumos e marés
em cima do seu passado
escolhem rumos e marés
vão navegando o
futuro
timoneiras e corsárias
feiticeiras, estrelas d’alva
timoneiras e corsárias
feiticeiras, estrelas d’alva
Crescem no espinho
em segredo
inventando a mulher nova
em segredo
inventando a mulher nova
Senhoras de tanto
enredo
Maria Teresa Horta
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