efémera morte,
encontrar-nos-emos eternamente
e nunca mais nos veremos.
O impossível volta a ser impossível.
Para sempre.
Impossível é cada manhã aberta,
um deus sonha consigo através de nós.
Às vezes quase posso tocá-lo, ao deus,
surpreendê-lo no seu sono, também ele real e efémero.
Matéria, alma do nada,
os mortos ouvem a tua música sólida
pela primeira vez, como uma respiração de estrelas.
A sua intranquilidade transforma-se em si mesma, música.
Manuel António Pina
Manuel António Pina nasceu a 18 de Novembro de 1943.
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