— Se o rapaz souber ler — argumentava triunfantemente o idiota — assim que
chegar a idade, às duas por três, fazem-no jurado, regedor, camarista, juiz
ordinário, juiz de paz, juiz eleito. São favas contadas. Depois, enquanto ele
vai à audiência ou à Câmara, a Cabeçais, daqui uma légua, os criados e os
jornaleiros ferram-se a dormir a sesta de cangalhas à sombra dos carvalhos, e o
arado fica também a dormir no rego. E ademais, isto de saber ler é meio caminho
andado para asno e vadio.
E citava exemplos, personalizando meia dúzia de brejeiros que sabiam ler e eram mais asnos e vadios que os analfabetos.»
E citava exemplos, personalizando meia dúzia de brejeiros que sabiam ler e eram mais asnos e vadios que os analfabetos.»
Camilo Castelo Branco, Vulcões de Lama
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