"Quando todos os cálculos complicados se revelam falsos, quando os próprios filósofos não têm nada mais a dizer-nos, é desculpável que nos voltemos para a chilreada fortuita dos pássaros ou para o longínquo contrapeso dos astros ou para o sorriso das vacas."
Marguerite Yourcenar, Memórias de Adriano (revista e acrescentada por Carlos C., segundo Aníbal C. S.)

sexta-feira, 22 de março de 2013

Óscar Lopes

Morreu Óscar Lopes, um grande vulto da cultura portuguesa.
Historiador da literatura portuguesa, crítico literário e ensaísta, tem uma vasta obra publicada. Pelas suas ideias políticas (era militante do Partido Comunista) foi perseguido pelo regime salazarista (esteve duas vezes preso) e só após o 25 de Abril de 1974 se tornou professor universitário (antes foi professor de Liceu).

A sua História da Literatura Portuguesa, escrita em co-autoria com António José Saraiva e publicada há 60 anos pela primeira vez, é uma referência obrigatória que, tendo sido objecto de várias actualizações, nos fornece um olhar integral sobre a nossa história literária.
«Um gosto literário seguro, aliado à compreensão dos movimentos estéticos modernísticos e à posse de métodos históricos e críticos actualizados, fez dele um dos mais influentes historiadores actuais da cultura portuguesa, tanto na criação especificamente literária como na história das ideias, na sociologia da cultura, na pedagogia e nalguns aspectos da psicologia.» (Vitorino Nemésio, 1975) 

Durante alguns anos, para mim, Óscar Lopes era "sinónimo" de A História da Literatura Portuguesa. De extrema importância para alguns dos meus trabalhinhos no liceu e já mesmo na faculdade (a história tão próxima da literatura ou vice-versa - Óscar Lopes licenciou-se em Ciências Histórico depois de já se ter licenciado em Filologia Clássica). Guardo muito bem guardado o meu exemplar da 8.ª edição (1975) - "corrigida e actualizada" -, que custou (ao meu pai) 180 escudos.


Sem comentários:

Enviar um comentário