"Quando todos os cálculos complicados se revelam falsos, quando os próprios filósofos não têm nada mais a dizer-nos, é desculpável que nos voltemos para a chilreada fortuita dos pássaros ou para o longínquo contrapeso dos astros ou para o sorriso das vacas."
Marguerite Yourcenar, Memórias de Adriano (revista e acrescentada por Carlos C., segundo Aníbal C. S.)

quinta-feira, 26 de julho de 2012

De Trás-os-Montes ao Algarve, uma perda ainda maior

A Serra do Caldeirão sofreu um grande incêndio em 2004, o qual consumiu uma parte do montado de sobro da região.
O incêndio da semana passada atingiu o coração da serra - o "Algarve profundo", esquecido - e destruiu a maior parte do que restava desse montado.
Como dizia uma habitante do lugar de Cova da Muda, "O que não ardeu em 2004 ardeu agora. (...) O que a serra produziu em décadas, as chamas destruíram em poucos minutos. Foi o fim. (...) criou-se uma rota da cortiça e agora faz-se a rota do carvão."
Quem acredita na reflorestação com sobreiros?
No Dia dos Avós recordo o ditado "Quem planta um sobreiro planta para os netos".
É que um sobreiro, desde que plantado e até dar cortiça de qualidade para a produção industrial, precisa de cerca de 40 anos.
Num tempo em que tudo se quer imediato e em que a baixa natalidade não deixa antever muitos netos no futuro, o sobreiro não corresponde à "matriz". É personagem non grata.
Mesmo quando a cortiça é um dos nossos bens mais sustentavelmente exportados.



Para os interessados a sugestão:




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