"Quando todos os cálculos complicados se revelam falsos, quando os próprios filósofos não têm nada mais a dizer-nos, é desculpável que nos voltemos para a chilreada fortuita dos pássaros ou para o longínquo contrapeso dos astros ou para o sorriso das vacas."
Marguerite Yourcenar, Memórias de Adriano (revista e acrescentada por Carlos C., segundo Aníbal C. S.)

domingo, 1 de janeiro de 2012

1 de Janeiro de 1962


Capitão Varela Gomes,
ferido durante o assalto
Falhou, na madrugada do dia 1 de Janeiro de 1962, a tentativa de assalto ao quartel de Beja, comandada pelo capitão Varela Gomes.
O objectivo era o grupo de revoltosos, constituído por militares e civis, apoderar-se do armamento da unidade e sublevar o Alentejo e o Algarve, estabelecendo um governo revolucionário na serra algarvia. Esse seria o ponto de partida da insurreição nacional contra o Estado Novo salazarista.

O regime entrara numa fase difícil: em 1961, o paquete Santa Maria foi assaltado pelo capitão Henrique Galvão, assim como houve o desvio de um avião da TAP por Palma Inácio (o 1.º desvio de avião da história), ambos os casos para chamar a atenção da comunidade internacional para a situação política do país; deu-se a tentativa de golpe do general Botelho Moniz (Ministro da Defesa); teve início a guerra colonial e a União Indiana anexou o Estado Português da Índia (Goa, Damão e Diu).


Entre os civis do assalto ao quartel de Beja estavam Manuel Serra, Fernando Piteira Santos, Urbano Tavares Rodrigues e Joaquim Barradas de Carvalho.
Humberto Delgado, no exílio desde Janeiro de 1959, entrara clandestinamente em Portugal dois dias antes para participar na revolta. Com o seu falhanço, voltou a fugir do país.

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