José Tolentino de Mendonça, O Hipopótamo de Deus
"Quando todos os cálculos complicados se revelam falsos, quando os próprios filósofos não têm nada mais a dizer-nos, é desculpável que nos voltemos para a chilreada fortuita dos pássaros ou para o longínquo contrapeso dos astros ou para o sorriso das vacas."
Marguerite Yourcenar, Memórias de Adriano (revista e acrescentada por Carlos C., segundo Aníbal C. S.)
Marguerite Yourcenar, Memórias de Adriano (revista e acrescentada por Carlos C., segundo Aníbal C. S.)
sábado, 31 de março de 2018
O silêncio do Sábado Santo
«O Sábado Santo não é apenas um dia imenso: é um dia que nos imensa. Aparentemente representa uma espécie de intervalo entre as palavras finais de Jesus pronunciadas na Sexta-feira Santa, "Tudo está consumado", e a Insurreição da vida que, na manhã da Páscoa, Ele mesmo protagoniza. O Sábado tem assim um silêncio que não se sabe bem se é ainda o da pedra colocada sobre o túmulo, ou se é já aquele misterioso silêncio que prepara "o grande levantamento" que a ressurreição significa. Este "intervalo", esta terra de ninguém, este tempo amassado entre derrotas e esperança, esta provação e júbilo, é o da nossa vida. O silêncio do Sábado Santo é o nosso silêncio que Jesus abraça. O silêncio dos impasses, das travessias, dos sofrimentos, das íntimas transformações. Jesus abraça o silêncio desta sôfrega indefinição que somos entre já e ainda não.»
quinta-feira, 29 de março de 2018
Última Ceia
«Quando chegou a altura, Jesus sentou-se à mesa com os apóstolos e disse-lhes: "Desejei ardentemente comer convosco esta Páscoa antes de morrer. Pois afirmo-vos que não voltarei a comê-la até que ela receba o seu significado completo no reino de Deus."»
«É complexa a imagem que temos perante nós. São dois milhares de anos em que os cristianismos, especialmente o católico e o ortodoxo, se cimentaram em torno do que esta cena representa, simboliza e preconiza. Seja um momento especial ou seja a instituição de um rito repetido todos os domingos, seja uma refeição de partilha do pão ou um momento de transfiguração em que os "sagrados elementos" são o próprio corpo e sangue de Cristo, a verdade é que no Ocidente não nos conseguimos compreender a nós mesmos sem reconhecer um peso imenso a este episódio e às suas representações.»
(Lucas, 22:14-16)
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Ceia ou Instituição da Sagrada Eucaristia Tríptico de Vasco Fernandes (Grão Vasco), Museu de Grão Vasco (Viseu) |
«É complexa a imagem que temos perante nós. São dois milhares de anos em que os cristianismos, especialmente o católico e o ortodoxo, se cimentaram em torno do que esta cena representa, simboliza e preconiza. Seja um momento especial ou seja a instituição de um rito repetido todos os domingos, seja uma refeição de partilha do pão ou um momento de transfiguração em que os "sagrados elementos" são o próprio corpo e sangue de Cristo, a verdade é que no Ocidente não nos conseguimos compreender a nós mesmos sem reconhecer um peso imenso a este episódio e às suas representações.»
Paulo Mendes Pinto, A palavra e a imagem
quarta-feira, 28 de março de 2018
Espólios - o poder não se move pela cultura
Li
e partilho.
ESPÓLIO DE ANTÓNIO JOSÉ SARAIVA
Confesso que me repugna a atitude dos familiares que leiloam o que constituiu para os seus pais a obra de uma vida. Sim, que a obra não consiste apenas no que se escreve, pinta e esculpe mas também em colecções de livros e de objectos que o defunto levou a vida a juntar. Se a mim, defunta, me fizerem o mesmo, juro que hei-de arranjar maneira de me insurgir contra! Isto a propósito do leilão dos livros e dos pertences de José Hermano Saraiva que agora aconteceu. Alguém que lá foi contou-me. Os comerciantes abutres lá estavam, a arrematar os objectos que ele juntou com tanto amor: entre tantos outros, a olaria de Estremoz, agora património da humanidade, foi muito disputada. (Olho para as minhas peças, que há muito reúno, e fico apreensiva…). E todos os preciosos livros, claro. Essa pessoa que foi ao leilão soube, pela leiloeira, que iam fazer o mesmo à biblioteca do irmão, António José Saraiva – e fiquei estarrecida. Os livros de que se servia eram suculentamente anotados, e não dava posteriormente forma escrita a esses textos. Pergunto-me se irá também a leilão o seu espólio, que até agora não foi encaminhado para a Biblioteca Nacional, onde teria o seu útil assento. Por onde andarão tantos escritos inéditos, tantos documentos de que se serviu para a sua monumental História da Cultura e para toda obra de uma vida inteira dedicada ao estudo e à escrita? E a correspondência recebida de tantas pessoas – que guardaram a dele e a deram à estampa (Óscar Lopes, Luísa Dacosta)? É um século da nossa cultura que não foi ainda arrecadada! Perder tudo isso seria um crime de lesa-cultura que urge evitar – diz a leiloeira que o leilão de A. J. Saraiva está previsto até ao Verão! Por mim farei o que puder para o evitar – mas posso tão pouco! Não me movo nas esferas do poder que cuidam da nossa cultura e que se deviam sentir na obrigação de acudir a este perigo iminente. Quem dá uma mãozinha? Partilhar já ajuda.
Teresa Rita Lopes
e partilho.
ESPÓLIO DE ANTÓNIO JOSÉ SARAIVA
Confesso que me repugna a atitude dos familiares que leiloam o que constituiu para os seus pais a obra de uma vida. Sim, que a obra não consiste apenas no que se escreve, pinta e esculpe mas também em colecções de livros e de objectos que o defunto levou a vida a juntar. Se a mim, defunta, me fizerem o mesmo, juro que hei-de arranjar maneira de me insurgir contra! Isto a propósito do leilão dos livros e dos pertences de José Hermano Saraiva que agora aconteceu. Alguém que lá foi contou-me. Os comerciantes abutres lá estavam, a arrematar os objectos que ele juntou com tanto amor: entre tantos outros, a olaria de Estremoz, agora património da humanidade, foi muito disputada. (Olho para as minhas peças, que há muito reúno, e fico apreensiva…). E todos os preciosos livros, claro. Essa pessoa que foi ao leilão soube, pela leiloeira, que iam fazer o mesmo à biblioteca do irmão, António José Saraiva – e fiquei estarrecida. Os livros de que se servia eram suculentamente anotados, e não dava posteriormente forma escrita a esses textos. Pergunto-me se irá também a leilão o seu espólio, que até agora não foi encaminhado para a Biblioteca Nacional, onde teria o seu útil assento. Por onde andarão tantos escritos inéditos, tantos documentos de que se serviu para a sua monumental História da Cultura e para toda obra de uma vida inteira dedicada ao estudo e à escrita? E a correspondência recebida de tantas pessoas – que guardaram a dele e a deram à estampa (Óscar Lopes, Luísa Dacosta)? É um século da nossa cultura que não foi ainda arrecadada! Perder tudo isso seria um crime de lesa-cultura que urge evitar – diz a leiloeira que o leilão de A. J. Saraiva está previsto até ao Verão! Por mim farei o que puder para o evitar – mas posso tão pouco! Não me movo nas esferas do poder que cuidam da nossa cultura e que se deviam sentir na obrigação de acudir a este perigo iminente. Quem dá uma mãozinha? Partilhar já ajuda.
Teresa Rita Lopes
Senti o mesmo em relação ao espólio de José Hermano Saraiva (apesar de não ser pessoa da minha simpatia) e à sua própria casa, em Palmela.
O poder não se move pela cultura.
(e as televisões estão mais preocupadas com a derrota da seleção e a não expulsão dos diplomatas russos)
terça-feira, 27 de março de 2018
E vão mais duas!...
Viva a lei do arrendamento!
Vivam os patos bravos dos proprietários!
Viva a política cultural da Câmara de Lisboa!
Que tal a proteção das lojas históricas?
Boicotem o Mundial de Futebol
Uma sugestão aos corajosos políticos ocidentais que expulsam diplomatas russos:
Boicotem, antes, o Mundial de Futebol que se disputará na Rússia.
Abdiquem de participar no campeonato!
domingo, 25 de março de 2018
Um poema ou uma árvore podem ainda salvar o mundo
O sobreiro é, desde 2011, a Árvore Nacional de Portugal.
Esta semana, um sobreiro de Águas de Moura venceu o concurso europeu de árvore do ano.
Classificado como “Árvore de Interesse Público” desde 1988 e e inscrito no Livro de Recordes do Guinness como "o maior sobreiro do mundo", chamam-lhe o Assobiador, devido "ao som originado pelas inúmeras aves que pousam nos seus ramos".
Na mesma data da sua classificação, também o foi um sobreiro de Canha (Herdade Vale da Balça, concelho do Montijo), com cerca de 400 anos, um tronco de perímetro mais largo, uma maior altura e um diâmetro médio da copa semelhante.
Será maior, parece, do que o primeiro. Mas isso não interessa para aqui.
Mais importante para o futuro dos sobreiros, no entanto, será a notícia de que os industriais da cortiça pretendem fazer "crescer a área do montado de sobro nacional em mais 50 mil hectares (os dados actuais indicam que os sobreiros ocupam actualmente 737 mil hectares)".
Diz a notícia de o Público que "O gráfico das exportações da indústria corticeira na última década é uma monótona curva ascendente."
Aqui, não há nada como ser monótono.
E na cortiça, a indústria não pode estar longe do montado.
Esta semana, um sobreiro de Águas de Moura venceu o concurso europeu de árvore do ano.
Classificado como “Árvore de Interesse Público” desde 1988 e e inscrito no Livro de Recordes do Guinness como "o maior sobreiro do mundo", chamam-lhe o Assobiador, devido "ao som originado pelas inúmeras aves que pousam nos seus ramos".
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Sobreiro de Águas de Moura - o Assobiador |
Na mesma data da sua classificação, também o foi um sobreiro de Canha (Herdade Vale da Balça, concelho do Montijo), com cerca de 400 anos, um tronco de perímetro mais largo, uma maior altura e um diâmetro médio da copa semelhante.
Será maior, parece, do que o primeiro. Mas isso não interessa para aqui.
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Sobreiro de Canha (se a pesquisa na net não me enganou) |
Em Póvoa e Meadas (Herdade de Pai Anes), concelho de Castelo de Vide, existia um outro sobreiro monumental, “Árvore de Interesse Público” desde 1993.
Esse seria o maior. E mais antigo, ainda. Morreu em 2013(?), já depois de ter sofrido a perda de algumas pernadas em 2007.
Dizem que, cortado, terá dado cerca de 86 toneladas de madeira.
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Sobreiro de Póvoa e Meadas (fotografia antiga) |
Mais importante para o futuro dos sobreiros, no entanto, será a notícia de que os industriais da cortiça pretendem fazer "crescer a área do montado de sobro nacional em mais 50 mil hectares (os dados actuais indicam que os sobreiros ocupam actualmente 737 mil hectares)".
Diz a notícia de o Público que "O gráfico das exportações da indústria corticeira na última década é uma monótona curva ascendente."
Aqui, não há nada como ser monótono.
E na cortiça, a indústria não pode estar longe do montado.
Um poema ou uma árvore podem ainda salvar o mundo.
Eugénio de Andrade
sábado, 17 de março de 2018
Amelia
quarta-feira, 14 de março de 2018
Keep talking
No dia da morte de Stephen W. Hawking, o cientista que se terá tornado mais conhecido pela sua longa sobrevivência a uma doença degenerativa, vencendo barreiras, nunca desistindo de fazer investigação, de escrever obras de divulgação e de participar em conferências nas mais prestigiadas universidades do mundo inteiro, passando uma boa parte da sua vida a viajar.
«À excepção de ter tido o azar de contrair a doença e Gehrig ou neuropatia motora, tenho sido afortunado em quase todos os outros aspectos. A ajuda e o apoio da minha mulher Jane e dos meus filhos Robert, Lucy e Timmy, fizeram com que fosse possível levar uma vida razoavelmente normal e ter uma carreira bem sucedida. Também tive a sorte de escolher física teórica, porque tudo é feito mentalmente. Por isso, a minha incapacidade não tem constituído uma verdadeira objecção. Os meus colegas cientistas têm dado, sem excepção, uma boa ajuda.»
Stephen Hawking, Breve História do Tempo
(1987 - 1.ª ed. portuguesa em 1988)
Há a curiosidade de Stephen Hawking se sentir fortemente identificado com Galileu, "em parte devido à coincidência de ter nascido exactamente trezentos anos depois da sua morte!" (8 de Janeiro de 1942) e de ter ocupado, na Universidade de Cambridge, a cátedra que pertenceu a Newton.
Stephen Hawking
sábado, 10 de março de 2018
Os hotéis como património e atração turística
A exemplo de Lisboa, o Porto arrisca-se a atrair, apenas, turistas interessados em ver e visitar hotéis.
Quando algumas pessoas compreenderem que as cidades, para serem atraentes, precisam de ter uma identidade própria e que o património cultural é parte integrante e fundamental dessa identidade... será tarde.
Quando algumas pessoas compreenderem que as cidades, para serem atraentes, precisam de ter uma identidade própria e que o património cultural é parte integrante e fundamental dessa identidade... será tarde.
Capitalismo burro!
quarta-feira, 7 de março de 2018
Beef Wellington ou o beef que Wellington não comeu
Dos franceses é proverbial o seu chauvinismo...
Vêm estes dois estereótipos a propósito de uma receita ocidentalmente reconhecida, sobretudo a partir do momento em que o presidente Richard Nixon a passou a incluir nas recepções oficiais da Casa Branca, mas cujo criador ficou na sombra.
Não se conhece o verdadeiro pai do Beef Wellington, nem a sua nacionalidade.
De Wellington, o duque, sabe-se a sua apetência para derrotar as tropas napoleónicas, seja nas Linhas de Torres seja em Waterloo.
Só este destaque militar justificará a atribuição do seu título nobiliárquico ao "lombo", porque, decididamente, Wellington não era um apreciador de comida. Comia para matar a fome. Só o teremos por bom garfo se entendermos que, com ele, tudo marchava.
Todas as indicações encontradas são de um distanciamento em relação à alimentação.
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Busto do Duque de Wellington, em Lisboa |
Ele gostaria de pratos gordurosos e indigestos. Comia tão rápido que os companheiros de mesa não conseguiam acompanhar o ritmo.
Em Paris, quando convidado pelo cônsul Régis de Cambacéres, questionado sobre o jantar que lhe tinha sido servido, Wellington terá respondido “Estava excelente, mas para lhe ser franco eu não ligo muito ao que como.”
De Wellington se conta que, a conselho de um amigo, contratou os serviços de um reputado cozinheiro. Pouco tempo depois, esse cozinheiro implorava ao seu antigo patrão, Lord Seaford, que o voltasse a contratar, mesmo que por menos dinheiro ou, mesmo... sem salário.
O duque era um patrão muito amável, mas indiferente aos pratos que lhe eram confeccionados, o mais banal ou o mais elaborado. Tanta insensibilidade gastronómica feria a susceptibilidade do chef!
Parece que só uma receita da cozinha portuguesa - tinha de ser! - lhe mereceu uma menção honrosa.
Nas memórias que escreveu, a duquesa de Wellington exprimiu o seu espanto pelo facto do seu marido lhe ter descrito numa carta a receita de uma sopa que comeu em Lavos, quando aí estabeleceu o seu quartel-general, após o desembarque das forças inglesas em Portugal: canja de galinha!
Mas tudo isto porque, tendo feito uma visita de estudo com os meus alunos ao Centro de Interpretação das Linhas de Torres (CILT) e ao Forte do Alqueidão, em Sobral de Monte Agraço, e tendo inquirido sobre um restaurante que me pudessem aconselhar para uma visita posterior, de carácter familiar, me referiram um que "até" confecciona o Beef Welington.
Achei interessante ir procurar informações sobre este prato, pensando que o famoso general estaria na sua verdadeira origem - um general gourmet, comensal exigente, refinado...
E eis que o tão sofisticado lombo (porque de uma peça de lombo de novilho se trata) não tem uma ligação material ao brioso militar, que nunca lhe terá metido o dente!![]() |
Centro de Interpretação das Linhas de Torres (Sobral de Monte Agraço) |
E resta a incógnita da sua origem, não assumida seguramente por ninguém.
Há quem fale numa origem neozelandesa - uma criação para uma recepção cívica na capital da Nova Zelândia, ela própria baptizada com o nome do herói britânico.
Há quem diga que o Beef Wellington é uma receita típica inglesa.
Há que argumente que o Beef virá do Filet de boeuf en croûte, receita francesa em que é usada a Duxelles - preparação feita com cogumelos, chalotas, manteiga e vários temperos, receita inventada pelo chef François Pierre de La Varenne, cozinheiro do marquês d'Uxelles, cujo nome foi dado à receita.
Um cozinheiro inglês, "imbuído de sentimento patriótico", teria trocado o nome do prato na época das guerras napoleónicas.
Há que argumente que o Beef virá do Filet de boeuf en croûte, receita francesa em que é usada a Duxelles - preparação feita com cogumelos, chalotas, manteiga e vários temperos, receita inventada pelo chef François Pierre de La Varenne, cozinheiro do marquês d'Uxelles, cujo nome foi dado à receita.
Um cozinheiro inglês, "imbuído de sentimento patriótico", teria trocado o nome do prato na época das guerras napoleónicas.
Os franceses terão dificuldade em engolir o nome atribuído e duvidam da capacidade culinária dos ingleses. Recordo-me de estar em Paris, em 2005, quando a cidade de Londres foi escolhida, em detrimento da capital de França, para a organização dos Jogos Olímpicos de 2012. Nessa ocasião, um despeitado presidente francês, Chirac, questionava como é que um país em que não se sabia cozinhar podia organizar os Jogos Olímpicos!
Em 1925, um jornal australiano trazia um anúncio do Café Français, em Melbourne, a publicitar um menu especial, em que um dos pratos era um Filet d’Bouef a la Wellington - nome tão francês (mas com um Wellington atravessado...).
Talvez a origem seja irlandesa - o duque de Wellington, (Arthur Wellesley, de seu verdadeiro nome) era natural de Dublin. E na Irlanda o nosso beef chama-se Steig Wellington (o steak dos ingleses).
Ou terá sido um cozinheiro irlandês que rebaptizou a receita francesa?
Talvez um dia destes vá a Sobral de Monte Agraço comer o Beef, Filet, Steig, Steak ou Lombo Wellington.
Abençoado património!
segunda-feira, 5 de março de 2018
Mistério!
Porquê este conjunto de 4 quadrados de cor que perseguem o blog?
Alguém me sabe dizer?
Alguém me sabe dizer?
Inversão do esquema para deixar os quadradinhos sossegados...
domingo, 4 de março de 2018
Cultura
«A minha imaginação, depois de uma biblioteca lida, não é maior do que a da minha avó que nunca leu um livro. São formas diferentes. Para mim não faz muito sentido a divisão entre alta e baixa cultura. Ouvir Bach é a mesma coisa que ouvir um regato; ouvir as ondas do mar é tão bonito como ouvir Mahler. Ouvir um texto da Bíblia, como ouvi o meu pai ler - e era a única coisa que ele lia -, é tão belo como ler Dante ou Herberto Hélder.»
José Tolentino Mendonça, entrevista à Sábado (17 de Dezembro de 2015)
domingo, 25 de fevereiro de 2018
Procissão do Senhor dos Passos
Com origens no século XVI - celebrou 430 anos em 2017 - a Procissão do Senhor dos Passos é, neste período da Quaresma, a maior manifestação pública de fé da cidade de Lisboa.
Esta procissão, organizada pela Real Irmandade Senhor dos Passos da Graça, retomou há 5 anos o percurso original entre a Igreja de S. Roque e a Igreja da Graça.
Esta procissão, organizada pela Real Irmandade Senhor dos Passos da Graça, retomou há 5 anos o percurso original entre a Igreja de S. Roque e a Igreja da Graça.
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Procissão de 2017, junto à Igreja de S. Roque |
Elogio de Maria Teresa
(...)
Estás presente em mim como ninguém
e sabes quão terrivelmente amei e amo outras mulheres
além de ti além de minha mãe
Mas tu tens o meu nome clara rilke tu trocaste
a tua alegre vida irrequieta
no único infeliz dos teus negócios
(...)
(...)
Ruy Belo
Excerto do poema que Luís Miguel Cintra leu no funeral de Maria Teresa Belo (1943 - 2018), no Domingo passado.
Maria Teresa, que dedicou a vida a divulgar a obra de Ruy.
domingo, 18 de fevereiro de 2018
A possibilidade de viver num mundo melhor
Li, ainda ontem, os pedidos feitos pelo presidente do Sporting aos sócios do clube, após a vitória das suas propostas na assembleia geral do clube:
«Não comprem mais jornais, não vejam mais televisões portuguesas a não ser a Sporting TV e os nossos comentadores que abandonem aqueles programas vergonhosos de paineleiros e cartilheiros.»
Ri-me.
Depois, fiquei a pensar: "Quem é que este tipo pensa que é? Que importância é que ele atribui a si próprio? Parece que não se enxerga! O homem não pode estar bom do juízo! Armado em ditadorzeco... patético, impondo a sua vontade de menino mimado a quem todos devem qualquer coisa, inchado de tanto voto na assembleia, cheio de vento..."
Com o tempo, o que considerei uma atitude estupidamente alarve, começou a parecer-me uma ideia com potencial.
Há pouco, vi o director de comunicação do Sporting - por acaso, um jornalista - ir mais longe: pede que o boicote se estenda aos jornais online e às redes sociais.
E o potencial da ideia parece-me ainda mais elevado.
Ao contrário do que desejei inicialmente, espero que os sportinguistas respeitem a ordem do(s) grande(s) timoneiro(s) e se mantenham em profundo silêncio - não falem e não escrevam em sítio algum!
E vou mais longe: espero que o Benfica e o F. C. Porto, através dos seus mediáticos presidentes, sigam o exemplo e imponham o silêncio aos seus adeptos. E que todos os adeptos obedeçam carneiramente. Nem pensem em questionar ou, muito menos, desobedecer à vontade do chefe!
Viveríamos num mundo melhor!
Não teríamos, quer na TV quer na rádio, horas intermináveis de programas de comentários futebolísticos, muitas vezes de baixo nível.
Não teríamos mensagens de grunhos com fraco domínio da língua portuguesa e com evidente défice de QI.
O futebol - muitas vezes, nada de futebol, só o que anda à sua volta - deixaria de ser o centro do universo.
Os meios de comunicação teriam a oportunidade de reorganizar a sua programação e de a poderem melhorar.
O público teria a oportunidade de recuperar horas para actividades mais saudáveis.
A acreditar nessa possibilidade, até poderia ser que o futebol passasse a ser um desporto... mais limpo. Um desporto.
Isso: um desporto!
«Não comprem mais jornais, não vejam mais televisões portuguesas a não ser a Sporting TV e os nossos comentadores que abandonem aqueles programas vergonhosos de paineleiros e cartilheiros.»
Ri-me.
Depois, fiquei a pensar: "Quem é que este tipo pensa que é? Que importância é que ele atribui a si próprio? Parece que não se enxerga! O homem não pode estar bom do juízo! Armado em ditadorzeco... patético, impondo a sua vontade de menino mimado a quem todos devem qualquer coisa, inchado de tanto voto na assembleia, cheio de vento..."
Com o tempo, o que considerei uma atitude estupidamente alarve, começou a parecer-me uma ideia com potencial.
Há pouco, vi o director de comunicação do Sporting - por acaso, um jornalista - ir mais longe: pede que o boicote se estenda aos jornais online e às redes sociais.
E o potencial da ideia parece-me ainda mais elevado.
Ao contrário do que desejei inicialmente, espero que os sportinguistas respeitem a ordem do(s) grande(s) timoneiro(s) e se mantenham em profundo silêncio - não falem e não escrevam em sítio algum!
E vou mais longe: espero que o Benfica e o F. C. Porto, através dos seus mediáticos presidentes, sigam o exemplo e imponham o silêncio aos seus adeptos. E que todos os adeptos obedeçam carneiramente. Nem pensem em questionar ou, muito menos, desobedecer à vontade do chefe!
Viveríamos num mundo melhor!
Não teríamos, quer na TV quer na rádio, horas intermináveis de programas de comentários futebolísticos, muitas vezes de baixo nível.
Não teríamos mensagens de grunhos com fraco domínio da língua portuguesa e com evidente défice de QI.
O futebol - muitas vezes, nada de futebol, só o que anda à sua volta - deixaria de ser o centro do universo.
Os meios de comunicação teriam a oportunidade de reorganizar a sua programação e de a poderem melhorar.
O público teria a oportunidade de recuperar horas para actividades mais saudáveis.
A acreditar nessa possibilidade, até poderia ser que o futebol passasse a ser um desporto... mais limpo. Um desporto.
Isso: um desporto!
sábado, 17 de fevereiro de 2018
Ex(c)itação
Entre a Assembleia-Geral do Sporting, o Congresso do PSD e a 1.ª semi-final do Festival da Canção, hesito...
É muita emoção para um fim-de-semana só com dois dias!...
É muita emoção para um fim-de-semana só com dois dias!...
quarta-feira, 14 de fevereiro de 2018
E a terra treme ainda que não trema
Cinzas apaixonadas
Numa Quarta-feira de Cinzas que, dizem, também é dia dos namorados, deixo cinzas apaixonadas...
Amor constante para além da morte
Pode fechar-me os olhos a derradeira
sombra que de mim leva o branco dia,
e livrar de tudo o que prendia
a alma ansiosa, a hora que se abeira;
mas não deixará na margem da ribeira
a memória dos sítios onde ardia:
minha chama nada na água fria
e a dura lei enfrenta altaneira.
Alma de que todo um deus foi prisão,
veias onde tanto fogo foi gerado,
medulas em gloriosa combustão:
o corpo deixará, não seu cuidado;
cinzas hão-de ser, mas com coração;
serão pó, sim, mas pó apaixonado.
Francisco de Quevedo (1580-1645)
terça-feira, 13 de fevereiro de 2018
Raúl Hestnes Ferreira
Ontem, a notícia da morte de Raúl Hestnes Ferreira, aos 86 anos, arquitecto e professor, filho do poeta José Gomes Ferreira.
Foi através do pai que o seu nome se tornou meu conhecido.
Em 1963, na 1.ª edição de Aventuras de João Sem Medo, JGF faz a dedicatória aos seus dois filhos, «Para os meus dois filhos - o homem e a criança - este Divertimento escrito por quem sempre sonhou conservar a Criança bem viva no Homem.» E torna mais explícito: «Para ti, Raúl José, homem há muito - e homem autêntico -, que aprendeste à tua custa que a verdadeira coragem é a força do coração...»
Raúl Hestnes Ferreira fez formação em várias partes do mundo. «Chegou ao Mediterrâneo por um longo e sinuoso caminho, do Porto à Finlândia, da ordem dos Modernos a Kahn, a Roma, à universidade da ordem compositiva», como assinalou Alexandre Alves Costa.
«Eu também gostava muito de escrever, mas fui também muito influenciado pela personalidade do arquitecto Keil do Amaral. O meu pai convivia muito com artistas plásticos – sei lá…Manuel Ribeiro de Pavia, a pintora Maria Keil,… – e os meus padrinhos foram Bernardo Marques (desenhador) e Ofélia Marques (uma grande pintora, também). Eu fui criado nas artes, e gostava muito de desenhar. Aos 15, 16 anos, naquelas opções da escola, acabei por enveredar pela arquitectura, e não estou nada arrependido, de facto.»
Das suas múltiplas obras, de que sobressai um Prémio Valmor (2002, Edifício II do ISCTE), destaco três, mais uma vez pela ligação paterna:
«Fiquei eu. Sim, eu. De olhos abertos, a ouvir, a adivinhar... Eu. Terrível. Sozinho. Curioso de ouvir morrer. Mãos de horror nos lençóis. Lágrimas a secarem os olhos. (...) Meu pai entrou no quarto e deitou a cabeça a meu lado, na cama, a chorar.»
Foi através do pai que o seu nome se tornou meu conhecido.
Em 1963, na 1.ª edição de Aventuras de João Sem Medo, JGF faz a dedicatória aos seus dois filhos, «Para os meus dois filhos - o homem e a criança - este Divertimento escrito por quem sempre sonhou conservar a Criança bem viva no Homem.» E torna mais explícito: «Para ti, Raúl José, homem há muito - e homem autêntico -, que aprendeste à tua custa que a verdadeira coragem é a força do coração...»
Raúl Hestnes Ferreira fez formação em várias partes do mundo. «Chegou ao Mediterrâneo por um longo e sinuoso caminho, do Porto à Finlândia, da ordem dos Modernos a Kahn, a Roma, à universidade da ordem compositiva», como assinalou Alexandre Alves Costa.
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Família Gomes Ferreira Estudo e painel de azulejos da autoria de Maria Keil, amiga da família. |
«Eu também gostava muito de escrever, mas fui também muito influenciado pela personalidade do arquitecto Keil do Amaral. O meu pai convivia muito com artistas plásticos – sei lá…Manuel Ribeiro de Pavia, a pintora Maria Keil,… – e os meus padrinhos foram Bernardo Marques (desenhador) e Ofélia Marques (uma grande pintora, também). Eu fui criado nas artes, e gostava muito de desenhar. Aos 15, 16 anos, naquelas opções da escola, acabei por enveredar pela arquitectura, e não estou nada arrependido, de facto.»
Das suas múltiplas obras, de que sobressai um Prémio Valmor (2002, Edifício II do ISCTE), destaco três, mais uma vez pela ligação paterna:
- a que foi a sua primeira obra de raiz, a chamada Casa de Albarraque, em Rio de Mouro (Sintra), projecto de 1959-61, desenhada como tranquilo retiro de fim-de-semana para o seu pai, frequentemente referida nos diários de JGF, Dias Comuns;
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A Casa de Albarraque (1961?), com José Gomes Ferreira ao cimo das escadas |
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A Casa de Albarraque (2013), com a presença de Raúl Hestnes Ferreira. Na parede, o painel de azulejos de Maria Keil |
- a escola secundária que tem o nome do pai, em Benfica (pertinho da minha antiga casa);
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Escola Secundária José Gomes Ferreira (Benfica) Maqueta e fotografia tirada do morro fronteiro |
- a Biblioteca de Marvila (Lisboa), onde existe uma sala dedicada ao pai, integrando alguns dos seus objectos pessoais, a secretária onde escrevia e a sua biblioteca.
Desenhos de Filipe Pinto, aqui
Como pelo pai sinto a morte do filho.
José Gomes Ferreira que, em A Memória das Palavras, recorda a morte do irmão Jaime, quando ele, no quarto ao lado "a ouvir tudo, tudo, TUDO!...", também estava com febre tifóide.«Fiquei eu. Sim, eu. De olhos abertos, a ouvir, a adivinhar... Eu. Terrível. Sozinho. Curioso de ouvir morrer. Mãos de horror nos lençóis. Lágrimas a secarem os olhos. (...) Meu pai entrou no quarto e deitou a cabeça a meu lado, na cama, a chorar.»
segunda-feira, 12 de fevereiro de 2018
A terra treme nos Açores - a Lagoa do Congro
Esta actividade sísmica tem tido como epicentro a zona entre a Lagoa do Fogo e a Lagoa do Congro.
O chamado sistema vulcanotectónico do Fogo-Congro representa um sector emerso de uma das mais activas zonas de fractura do Atlântico Norte.
Não é estranho que seja uma das mais importantes áreas sismogénicas dos Açores, aqui se acumulando tensões que resultam do "jogo" das placas litosféricas Eurasiática, Africana e Americana. Mesmo em períodos de “acalmia”, este sistema regista, em média, 3 a 5 microssismos por dia. De tempos a tempos a área é palco de uma crise sísmica mais importante.
Nos Açores, os sismos não podem ser dissociados dos vulcões e esse é o caso do observado no sistema Fogo-Congro. Este sistema tectónico abrange o Vulcão do Fogo, a oeste, e um alinhamento de pequenos centros vulcânicos que se estende desde a Lagoa do Fogo até ao bordo da caldeira do Vulcão das Furnas, a leste, de entre os quais se salienta a depressão da Lagoa do Congro.
A bela Lagoa do Fogo é bem mais conhecida do que a sombria e misteriosa Lagoa do Congro.
O trabalho que me deu, em 2000, descobrir esta última lagoa!...
Que saiba, nos últimos tempos o acesso à lagoa tem estado limitado.
A informação base deste post foi retirada do site do Instituto de Investigação em Vulcanologia e Avaliação de Riscos - aqui
domingo, 11 de fevereiro de 2018
Arte antes da arte
O caos?
O toque do artista...
Matthias Schaller, um fotógrafo alemão com projectos na área do património, fotografou paletas de dezenas de grandes pintores dos séculos XIX e XX.
Algumas dessas fotografias estão em exposição no Museu Árpád Szenes - Vieira da Silva.
O toque do artista...
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Miró |
Algumas dessas fotografias estão em exposição no Museu Árpád Szenes - Vieira da Silva.
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Matisse |
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Giorgio de Chirico |
Matthias Schaller considera "cada paleta uma revelação e um retrato indirecto do artista, reveladora da sua técnica pictórica".
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Van Gogh |
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Picasso |
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Cézanne |
"A paleta é a paisagem abstracta da produção artística de cada pintor."
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Gauguin |
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Monet |
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Vieira da Silva |
"Uma janela de acesso ao seu génio criativo"
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sábado, 10 de fevereiro de 2018
quinta-feira, 8 de fevereiro de 2018
quarta-feira, 7 de fevereiro de 2018
E agora, também na cozinha!...
«A nossa arte culinária é rica. Contudo, nem sempre a dona de casa, ou a rapariga, que entra na vida pelo laço sublime do casamento, está apta a realizar certos menus mais completos, distintos ou variados.»
Mas o Chef Avilez está!
Também na cultura gastronómica (sem necessidade de suporte estatal, qu'isto de ser Chef sem e...), Portugal é que está a dar!
Laura Santos, O Mestre Cozinheiro
(não sei a data - 194X ou 195X?)
Mas o Chef Avilez está!
Também na cultura gastronómica (sem necessidade de suporte estatal, qu'isto de ser Chef sem e...), Portugal é que está a dar!
terça-feira, 6 de fevereiro de 2018
domingo, 4 de fevereiro de 2018
Sebastião Fernandes (1947 - 2018)
Soube hoje que, em finais de Janeiro, morreu Sebastião Fernandes, o "velho" Sebastião, cozinheiro do Velha Goa (Campo de Ourique), proprietário, depois, do Cantinho da Paz e da Casa de Goa, que deixou para ir para o Nova Goa.
Sempre a cozinha da sua Goa, onde a comida portuguesa e a comida indiana confluem.
Recordo a sua simpatia, o seu saber e o que chorei por causa de um ambotic de cação!
«Quando eu morrer, quero que os meus clientes estejam todos lá [no Cantinho da Paz]. Quero uma festa!» (dizia ele à neta)
Obras de arte adquiridas pelo Estado - Vieira da Silva
Recentemente falou-se muito na aquisição, pelo Estado Português, de um quadro de Álvaro Pires de Évora, a expor no Museu Nacional de Arte Antiga.
No Verão passado (e, talvez por ser Verão, passou mais despercebida) foi a aquisição de seis obras da autoria de Maria Helena Vieira da Silva, após vários anos de negociações entre o Estado, a Fundação Arpad Szenes - Vieira da Silva e os herdeiros do coleccionador Jorge de Brito (anterior proprietário das obras, falecido em 2006), para a compra e impedimento de saída das obras do país.
Existe, felizmente, uma lógica diferente na política cultural. Dos valores não sei falar - não sei se são justos ou se se justificam. Parecem-me elevados (cerca de 5 milhões e meio de euros, no caso dos "Vieiras da Silva"), mas eu não sou avaliador nem contabilista, embora, como contribuinte, tenha ajudado à compra.
Como se costuma dizer, "antes aqui do que na farmácia!".
O Museu Arpad Szenes - Vieira da Silva, onde os quadros integrarão a colecção permanente, celebra agora essa aquisição pelo Estado Português, facultando entrada gratuita no museu até 9 de Fevereiro.
No Verão passado (e, talvez por ser Verão, passou mais despercebida) foi a aquisição de seis obras da autoria de Maria Helena Vieira da Silva, após vários anos de negociações entre o Estado, a Fundação Arpad Szenes - Vieira da Silva e os herdeiros do coleccionador Jorge de Brito (anterior proprietário das obras, falecido em 2006), para a compra e impedimento de saída das obras do país.
Existe, felizmente, uma lógica diferente na política cultural. Dos valores não sei falar - não sei se são justos ou se se justificam. Parecem-me elevados (cerca de 5 milhões e meio de euros, no caso dos "Vieiras da Silva"), mas eu não sou avaliador nem contabilista, embora, como contribuinte, tenha ajudado à compra.
Como se costuma dizer, "antes aqui do que na farmácia!".
Sempre temos a possibilidade de usufruir as obras e esperar que, pelo seu valor artístico, elas possam atrair visitantes e justificar os investimentos na perspectiva financeira. Na perspectiva cultural estão mais do que justificados.
O Museu Arpad Szenes - Vieira da Silva, onde os quadros integrarão a colecção permanente, celebra agora essa aquisição pelo Estado Português, facultando entrada gratuita no museu até 9 de Fevereiro.
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