Da entrevista a Johan Pehrson, Ministro da Educação da Suécia até ao passado mês de Junho, publicada hoje no Público: "Fomos ingénuos": a Suécia, pioneira na digitalização da Educação, está "a voltar ao papel e à caneta"
«Público - Que são escolas independentes, que podem ser geridas por empresas privadas [ou fundações, ou cooperativas de pais] financiadas pelo Estado, para que os pais tenham liberdade total de escolha da escola para os seus filhos, seja pública ou privada.Johan Pehrson (ex-Ministro da Educação da Suécia) - O meu partido era muito favorável a isto, era a forma de permitir o desenvolvimento de diferentes estilos de aprendizagem, e também de fazer com que pequenas escolas no interior subsistissem. Mas depois ficou demasiado desregulado e acabámos por ter um sistema escolar em que as grandes empresas ganham dinheiro com a educação, o que não é aceitável. A tendência é para reduzirem as bibliotecas, para reduzirem o equipamento necessário para fazer experiências…
Cabe aos pais candidatarem-se a uma escola que considerem boa para os seus filhos. Mas houve [com as escolas independentes] uma inflação das notas. Passou a ser um argumento para “vender” a escola: “Venham, porque aqui temos boas notas! Damos notas altas!” Mas será que se aprende mesmo ali?
Cabe aos pais candidatarem-se a uma escola que considerem boa para os seus filhos. Mas houve [com as escolas independentes] uma inflação das notas. Passou a ser um argumento para “vender” a escola: “Venham, porque aqui temos boas notas! Damos notas altas!” Mas será que se aprende mesmo ali?
P - E aprende-se?
JP - Algumas destas escolas tendem a concentrar-se muito na questão da disciplina e da ordem, o que é bom, mas não houve um controlo suficiente sobre as notas [na Suécia há uma grande autonomia das escolas para decidirem os modelos de avaliação e progressão dos alunos]. Por isso, nomeou-se uma comissão para trabalhar na forma como devemos controlar as notas, porque é injusto, porque isso tem impacto no acesso à universidade, porque uma escolas cumprem e são exigentes e outras dão notas altas…»
JP - Algumas destas escolas tendem a concentrar-se muito na questão da disciplina e da ordem, o que é bom, mas não houve um controlo suficiente sobre as notas [na Suécia há uma grande autonomia das escolas para decidirem os modelos de avaliação e progressão dos alunos]. Por isso, nomeou-se uma comissão para trabalhar na forma como devemos controlar as notas, porque é injusto, porque isso tem impacto no acesso à universidade, porque uma escolas cumprem e são exigentes e outras dão notas altas…»
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