«Assim fiz. (...)
(...) a todos os prefácios que me couberam em sorte pela vida em diante.
Então, terminada a tarefa, pegava em toda aquela farrapada e metia-a numa gaveta, exactamente nesta que abri agora mesmo e fui encontrar cheia de nuvens, de papéis de nuvens que remexi na vaga esperança de se me deparar algum rato escondido...
Mas isso sim. Muitas delas nem forças tinham para se escapulir das gavetas, pesadas de ideias podres. Outras lá conseguiam voar a custo, para logo se desfazerem em chuva miudinha que mal humedecia as ervas rasteiras do tempo.
Mas a maior parte diluía-se no céu deserto, já com o poente ao fundo nos horizontes nus.»
José Gomes Ferreira, Gaveta de Nuvens (Intróito)
E eis como ficou este post...
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