"Quando todos os cálculos complicados se revelam falsos, quando os próprios filósofos não têm nada mais a dizer-nos, é desculpável que nos voltemos para a chilreada fortuita dos pássaros ou para o longínquo contrapeso dos astros ou para o sorriso das vacas."
Marguerite Yourcenar, Memórias de Adriano (revista e acrescentada por Carlos C., segundo Aníbal C. S.)

quarta-feira, 7 de fevereiro de 2024

Quando a manta é curta... as opções pagam-se caro

«A redução do rácio da dívida pública sobre o PIB para menos de 100% é uma óptima notícia – se esquecermos tudo o resto que se passa no país. Se o governo tivesse dedicado a outros fins uma parte do saldo orçamental equivalente a uns meros 0,5% do PIB (cerca de 1,25 mil milhões de euros) teria evitado muitas das tensões políticas que hoje estamos a enfrentar (e que resultam quase todas de reivindicações justas).

O n-ésimo brilharete orçamental de Centeno/Leão/Medina arrisca-se a ser uma verdadeira vitória de Pirro.»
Ricardo Paes Mamede

A manta é curta: tapa-se a cabeça, destapam-se os pés e... apanha-se uma valente constipação.
Só na campanha eleitoral a manta é comprida o mais que suficiente para tudo cobrir.

Pensar governar numa legislatura de 4 anos (interrompida, inopinadamente, a meio), também pode ter levado a definir prioridades, ficando a faltar o tempo necessário para medidas adequadas a vários níveis e que careciam de verbas (poupadas nos juros da dívida).
Este é o meu pensamento benévolo...

No fundo, António Costa teve sucesso numa política que criticava ao PSD de Passos Coelho (e Montenegro), e é criticado pelo PSD por não ter feito aquilo que o PSD criticava.

Interessante a falta de destaque dada pela comunicação social à redução da dívida (se fosse a desgraça de um aumento, não faltaria!)...
E, também, a falta de destaque dada pelo novo Secretário-Geral do PS.



Sem comentários:

Enviar um comentário