«Quando somos jovens, queremos
mudar o mundo. Mas eu nem queria ir tão longe. Só queria que os jogadores de
futebol fossem vistos como os restantes trabalhadores do país. Afinal, não
descontávamos, não tínhamos condições de trabalho, nem uma série de coisas. Mas
este país vivia um período... especial. Estávamos sozinhos, fechados ao resto
do mundo.
Quis mudar isso, constituí o
Sindicato dos Jogadores Profissionais em Fevereiro de 1972, juntamente com
Eusébio e Simões (Benfica), Peres e Pedro Gomes (Sporting), Rolando (FC Porto).
O Jorge Sampaio foi o nosso advogado, com a missão de elaborar os estatutos
para os apresentar ao líder do Governo [Marcelo Caetano].
Nós só exigíamos justas condições,
com cláusulas nos contratos, mais previdência e assistência obrigatórias
profissionais. Mas isso era muito. Foi uma luta tremenda. É claro que adorava
marcar golos, mas o melhor golo foi este, da idealização de uma profissão de
futebolista igual à dos outros.»
Entrevista de Artur Jorge a Rui
Miguel Tovar, em “Tovar F. C.” (2 de Dezembro de 2021)
Vi-o jogar muitas vezes no Estádio da Luz.
Artur Jorge faleceu hoje.
Académica (1965-66) - Artur Jorge é o homem da bola |
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