"Quando todos os cálculos complicados se revelam falsos, quando os próprios filósofos não têm nada mais a dizer-nos, é desculpável que nos voltemos para a chilreada fortuita dos pássaros ou para o longínquo contrapeso dos astros ou para o sorriso das vacas."
Marguerite Yourcenar, Memórias de Adriano (revista e acrescentada por Carlos C., segundo Aníbal C. S.)

terça-feira, 1 de maio de 2018

José Mário Branco e duas obras clássicas

O dia fez-me procurar disco antigo.
Ouço e recordo...

O dia 25 de Abril "inconscientemente" vivido, com a audição de um conjunto de canções - muitas até então proibidas - tendo muitas constituído, para mim, uma surpresa.
A aquisição dos discos (em vinil, claro!) que procurei avidamente, logo que pude, e ouvi vezes sem conta.
A partilha com os amigos dessas (e de outras) músicas, num clima bem diferente daquele em que se tinha vivido. Isso era mais do que perceptível, mesmo para quem era politicamente inconsciente.
Tinha 15 anos...


Ouço este disco de José Mário Branco... procuro o seu "irmão-gémeo" - Mudam-se os tempos, mudam-se as vontades - e admiro-me da qualidade - músicas, letras, arranjos musicais... Muito à frente das habituais baladas de protesto, de consumo mais imediato.
Quase tantos anos como o Maio de 68 em Paris, cidade em que José Mário Branco vivia, e esta música continua a dizer(-me) coisas, para além do que possam ser as ligações afectivas valorizadas pela memória. 
É a isto que se chama uma obra clássica - e dura, dura, dura...




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