O Presidente de Gaulle regressa a França, depois de ter estado na Alemanha (Baden-Baden) com os comandantes de uma base militar francesa e de lhes ter pedido o apoio em caso de confrontação.
Cerca das quatro da tarde, através da rádio, fala à nação "com aquela voz profunda, solene, histórica, de militar da velha guarda." Anuncia a dissolução da Assembleia Nacional, recusa demitir-se, conserva o primeiro-ministro e ameaça decretar o estado de sítio. Adia o referendo que anunciara dia antes e convoca eleições antecipadas para 23 de Junho
As suas palavras geram uma gigantesca manifestação de apoio ao regime.
Cerca de 1 milhão de conservadores - as "direitas unidas" e os gaullistas, opostos à greve geral e fartos da violência nas ruas - marcham através de Paris.
«Antes das 16.30 h, estava-se em Cuba; depois das 16.35 h, estava-se quase na Restauração.» (Jean Lacoutoure)
«Tive a percepção de que o Maio de 68 estava a terminar quando estava a vir para casa, a pé, e ao passar pelos Campos Elísios deparei-me, a vir em sentido contrário, com uma grande manifestação com bandeiras tricolores. E, de repente, percebi que havia uma outra França, a chamada maioria silenciosa, que tinha acordado e estava na rua. Não é que eu tivesse perspectivado que pudesse ser diferente mas, naquele momento, entendi que estava a acabar e lembro-me de pensar que a História é mais complicada do que pensávamos. Isso foi-me muito útil quando voltei para viver o período depois do 25 de Abril, e perceber que as coisas não são irreversíveis. » (Sérgio Godinho)A imagem é um pormenor de uma pintura de Júlio Pomar, Resistência (1946).
Júlio Pomar, como José Mário Branco e Sérgio Godinho,
encontrava-se em Paris, em Maio de 1968.
encontrava-se em Paris, em Maio de 1968.
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