Sigamos o cherne!
«O dr. José Manuel Durão Barroso vai ser presidente da Goldman Sachs International. É o culminar de uma linda carreira, iniciada nos bancos da universidade, onde abraçou a causa maoísta do MRPP, para não muito tempo depois aplicar tais ensinamentos à social-democracia, para onde se mudou de armas e bagagens, chegando a líder do PSD, primeiro-ministro acidental, a que se seguiu uma “tocata e fuga” para presidente da Comissão Europeia. Agora chega o reconhecimento da mais poderosa entidade financeira mundial. É obra!»
Nicolau Santos, Expresso Diário, 8 de Julho
Como disse alguém, o problema não é Durão Barroso "ir para o privado", é ele ter trabalhado para privado quando desempenhava cargos públicos.
«Durão Barroso nunca foi um político, foi alguém que andou na política. Estar na política pressupõe ter como primeiro pensamento servir os outros. Ora, o sócio do Clube Bilderberg, o professor do Instituto Politécnico de Macau, o membro do conselho internacional da Ópera de Madrid, o chairman da UEFA Foudation for Children, o professor convidado da Universidade de Princeton, o homem do Institute of Public Policy de Belgrado, o consultor da McDonough, o administrador do The European, o presidente da Fundação do Palácio de Belas-Artes de Bruxelas, o copresidente do centro europeu para a cultura, o presidente honorário da European Business Summit, o administrador de mais uma série de conselhos e palestrante em tudo o que é sítio nunca esteve interessado em servir a comunidade. O homem sempre foi um facilitador.»
Pedro Marques Lopes, DN, 10 de Julho
Sigamos o cherne, minha Amiga!
Desçamos ao fundo do desejo
Atrás de muito mais que a fantasia
E aceitemos, até, do cherne um beijo,
Senão já com amor, com alegria...
Em cada um de nós circula o cherne,
Quase sempre mentido e olvidado.
Em água silenciosa de passado
Circula o cherne: traído
Peixe recalcado...
Sigamos, pois, o cherne, antes que venha,
Já morto, boiar ao lume de água,
Nos olhos rasos de água,
Quando, mentido o cherne a vida inteira,
Não somos mais que solidão e mágoa...
Alexandre O'Neill
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