«Velas, candeias, tochas e barris de alcatrão a arder iluminavam o Terreiro do Paço, fazendo a noite parecer dia, porém o silêncio acabrunhado e ansioso da multidão mostrava que a causa de tal ajuntamento não era arraial de santo, nem jogo alegre de canas, alvoroço de tourada ou pungente queimadeiro de judeu e herege, mas antes vigília de cuidados e orações por intenção da infanta D. Joana, naquela hora de aflição. Era quase meia-noite e a filha do imperador Carlos V continuava a contorcer-se de espasmos de agonia no leito de viúva, esquecida da sua qualidade de princesa face à terrível, embora milagrosa, condição a que qualquer mulher nobre ou plebeia está sujeita desde o início dos tempos: dar à luz em dor o seu primeiro filho.»
Deana Barroqueiro, D. Sebastião e o vidente
D. Sebastião nasceria no dia do Santo que lhe deu o nome.
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S. Sebastião, pintura mural na igreja do Mosteiro de S. Pedro de Cête (Paredes) |
Joana, mãe de D. Sebastião e neta de Juana la Louca
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