«É preciso acompanhá-lo, na verdade, desde o princípio, para se perceber inteiramente a magnífica serenidade e certeza que há na sua evolução. É preciso ter-lhe lido os artigos e ter-lhe acompanhado os passos - vendo o sonho e a vida sadiamente unidos, para se apreender até ao fundo o sentido de coerência e de riqueza de que a sua obra se vai enchendo, a caminho dessa meta difícil que se põe ao artista adulto dos nossos dias e que ele próprio definiu desta maneira: "factos ocorrendo entre homens comuns, narrados em linguagem comum". É um pintor com os pés na rua, onde a inquietação foi maior, sabendo que o artista na noite tempestuosa, como um homem que é, "tem de estar atento, e sempre".
(...)
Júlio Pomar tem vinte e dois anos e conta no seu activo desenhos e desenhos, óleos e óleos, mais de cem metros quadrados de fresco. A sua oficina é de facto uma oficina em actividade. E está neste momento, se não me excedo em pressa, a entrar no seu caminho verdadeiramente pessoal.»
Mário Dionísio, Desenhos de Júlio Pomar (1948),
in Prefácios
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