da vida voando como passageiro,
tomarei lugar na carlinga
tomarei lugar na carlinga
de um monomotor ligeiro
e subirei alto, bem alto,
e subirei alto, bem alto,
até desaparecer para além
da última nuvem. Os jornais
dirão:
Cansado da terra, o poeta
fugiu para o céu. E não
voltarei de facto. Serei
lembrado
instantes por minha família,
meus amigos, alguma mulher
que amei verdadeiramente
e meus trinta leitores. Então
e meus trinta leitores. Então
meu nome começará aparecendo
nas selectas e, para tédio
de mestres e meninos, far-se-ão
edições escolares de meus
livros.
Nessa altura estarei esquecido.
Nessa altura estarei esquecido.
Rui Knopfli, Mangas verdes com sal
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