Uns procuram classificar, outros desqualificam (por ignorância, desprezo ou algo semelhante).
É o facto de existir uma Casa da Música, Serralves ou outros pequenos tesouros (por vezes pouco conhecidos, como as casas-museu Guerra Junqueiro e Marta Ortigão Sampaio) que me leva a mim, lisboeta, e certamente a muitas outras pessoas, à cidade do Porto.
Há fundações e fundações, com diferentes objectivos e formas de funcionamento. Os cortes não podem ser cegos, indiferentes ao valor de cada um dos projectos. A cultura não pode ser o parente pobre de um país governado por gente que vive centrada, unicamente, nos números dos défices.
Pobres, culturalmente pobres, são esses que nos (des)governam e nos fazem perder a alma.
«Um país será tanto mais rico, quanto mais rica for a sua cultura.», lembrava há dias Antero Braga, o livreiro da Lello.
Voltando a Mário de Carvalho, que já aqui citei, «(...) estas pessoas [os governantes] não têm a noção do bem comum, do interesse público. Não faz parte dos seus quadros mentais. Não quer dizer que Passos Coelho seja um mau rapaz, mas o percurso desta gente é de quem vive de expedientes e está atrelado a interesses. Gostava de ser governado por homens livres. Nunca vi as coisas tão degradadas.»
Quem nos (des)governa nem sequer percebe que o investimento na cultura tem retornos (vários), de que todos podemos sair enriquecidos a diferentes níveis.
O Estado tem obrigação de preservar aquilo que é o nosso património colectivo, a nossa identidade.
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