
(...) quando o menino Jesus ia fazer sete anos (...) como os outros meninos, tinha vontade de crescer e não acreditava no Natal. Ele bem sabia quem punha os brinquedos na sandália (era a mãe), e, por não haver então lojas de brinquedos, e, mesmo que houvesse, não terem os pais do menino Jesus dinheiro para os comprar (os brinquedos já eram muito caros), ele bem vira São José estar a fazer uma carrocinha, às escondidas. Por isso, naquela tardinha, sempre muito comprida, que há antes da noite de Natal, noite que, por sua vez, é a mais comprida do ano, o que lhe valeu ser ela a Noite de Natal; por isso, como ia dizendo, o menino Jesus, que estava à espera de lhe darem a carroça, fingia que se não importava, fingia, até, não esperar coisa alguma.»
Jorge de Sena, Razão de o Pai Natal ter barbas brancas
Antigas e novas andanças do demónio
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