Qual é a melhor pintura de sempre?
Qual é a melhor peça de teatro?
Qual é o melhor livro?
Qual é a melhor peça musical?
Qual é o melhor filme?
A publicação do Instituto de Cinema Britânico,
Sight and Sound, reunindo um largo painel de especialistas, elege o "melhor filme de todos os tempos" de 10 em 10 anos.
Este ano, contrariando a votação das últimas cinco décadas,
Vertigo - A mulher que viveu duas vezes, de Alfred Hitchcock, destronou
Citizen Kane - O mundo a seus pés, de Orson Welles.
Ao fim de 50 anos, um filme do ano em que nasci (1958), ganha nas preferências a um filme de 1941.
O que tornou
Vertigo o melhor ou o que tornou
Citizen Kane pior, a não ser a opinião de um número limitadíssimo de pessoas, mesmo que especialistas?
Gostos podem discutir-se, mas estas "vitórias" são tão relativas que só interessam pela publicidade e só interessam a uma comunicação social que tem necessidade delas.
Provavelmente o resultado desta votação estará relacionado com a existência de uma recente versão restaurada de
Vertigo, a qual está em exibição, a partir de hoje, em Lisboa e no Porto.
Como é costume dizer-se, "as sondagens valem o que valem", o que também não me parece que valha muito.
Por mim, preferia que fosse
Morangos silvestres ou
O sétimo selo, de Bergman (por acaso, ambos de 1957 - que bela colheita!),
Amarcord ou
8 1/2, de Fellini.
Ou seja, nada de novo.
Parece que não ando a perder nada no cinema!