"Quando todos os cálculos complicados se revelam falsos, quando os próprios filósofos não têm nada mais a dizer-nos, é desculpável que nos voltemos para a chilreada fortuita dos pássaros ou para o longínquo contrapeso dos astros ou para o sorriso das vacas."
Marguerite Yourcenar, Memórias de Adriano (revista e acrescentada por Carlos C., segundo Aníbal C. S.)

sexta-feira, 26 de julho de 2024

Major José Cardoso Fontão (1932 - 2024)

E hoje morreu outro capitão de Abril.


Na madrugada de 25 de Abril, o então Major José Cardoso Fontão comandou as forças do Batalhão de Caçadores 5, com sede na zona de Campolide, na missão de ocupar o Quartel-General do Governo Militar de Lisboa (S. Sebastião da Pedreira) e de estabelecer um perímetro de segurança em torno do Rádio Clube Português, garantindo a sua tomada por um grupo de oficiais da Força Aérea e do Exército.


A Volta a Portugal homenageou Salgueiro Maia

A 2.ª etapa da Volta a Portugal em bicicleta foi uma homenagem a Salgueiro Maia, evocando, de alguma maneira, o percurso feito pelas forças militares por ele comandadas na madrugada de 25 de Abril de 1974.

Os ciclistas partiram de Santarém em direcção a Lisboa, com passagem pela chaimite colocada em Santarém.  

Em Marvila, onde acabou a etapa, foi inaugurado um busto com a figura do capitão de Abril.


Entrámos no modo olímpico

Cerimónia de abertura foi hoje, não ao pôr-do-Sol, mas ao cair da chuva.
Azar (ou Jogos abençoados)...


100 anos depois, Paris volta a receber os Jogos Olímpicos.
Lembro-me de em 2005 estar em Paris, no dia em que se decidia se os Jogos Olímpicos de 2012  seriam em Londres ou em Paris.
A decisão foi... Londres.
O ambiente de desilusão sentiu-se na cidade. O Presidente francês, Jacques Chirac, vociferou: "Como é que podem atribuir os Jogos a um país onde não sabem cozinhar?" (se não disse isso ou algo de parecido... já o tinha dito!).


terça-feira, 23 de julho de 2024

(Tu)Barões da droga




Agora e na hora da sua morte!


Ao luar - Parabéns à Maria João Pires!

 Luar

A vossa alma é uma paisagem escolhida
Onde enganam máscaras e bergamascas
Tocando lira e dançando quase
Tristes sob os seus fantásticos disfarces.

Cantando em modo menor
O amor triunfante e a vida auspiciosa,
Não parecem acreditar na sua felicidade
E a sua canção se mistura com o luar,

Com o calmo luar triste e belo,
Que faz sonhar as aves nas árvores
E soluçar de êxtase os jactos de água,
Os grandes jactos de água esbelta entre os mármores.


Terá sido este poema de Paul Verlaine que inspirou a composição de Claude Debussy. Poema e música inspiraram a magnífica interpretação de Maria João Pires.


Parabéns à pianista pelos seus 80 anos.


segunda-feira, 22 de julho de 2024

Al Di Meola - 70 verões

70.º aniversário do guitarrista norte-americano, parceiro de Chick Corea nos Return to Forever, de John McLaughlin, Paco de Lucá, Stanley Clarke, Jean-Luc Ponty...

Várias vezes considerado o melhor guitarrista (estas coisas tão relativas...) - é um dos muito bons!



Lucien Febvre, o historiador

"Amo a história. Se não a amasse não seria historiador." (Lucien Febvre, 22 de Julho de 1878 - 26 de Setembro de 1956)


«No sentido mais lato, não há História a não ser a do Homem. (...)

História ciência do Homem, e então os factos, sim: mas são factos humanos; tarefa do historiador: encontrar os homens que os viveram, e deles os que mais tarde aí se instalaram com as suas ideias, para os interpretar.

Os textos, sim: mas são textos humanos. E as próprias palavras que os formam estão cheias de substância humana. E todos têm a sua história, soam diferentemente segundo as épocas, e mesmo se designam objectos materiais só raramente significam realidades idênticas, qualidades iguais ou equivalentes.

Os textos, sem dúvida: mas todos os textos. E não só os documentos de arquivos em cujo favor se cria um privilégio (...). Mas, também, um poema, um quadro, um drama: documentos para nós, testemunhos de uma história viva e humana, saturados de pensamento e de acção em potência...»

Lucien Febvre, Combates pela História

Lucien Febvre fundou, em parceria com Marc Bloch, em 1929, uma revista de História que ficou... para a História: os Annales (chamemos-lhe apenas assim, porque o nome foi alterado mais do que uma vez*, pelas contingências... da História, incluindo a II Guerra Mundial e o fuzilamento de Marc Bloch pelos nazis).

Os Annales significaram outra abordagem da História - a ambição de uma História total ou global, que transformou a historiografia e esteve na origem da investigação interdisciplinar, rompendo barreiras entre as diversas ciências humanas e sociais e na criação de novas correntes historiográficas. 

Como dizia Marc Bloch, "a História não é somente uma ciência em marcha, é também uma ciência na infância". 

Como essa infância parece longínqua...

* Primeiro, Annales d'Histoire Économique et Sociale, depois Annales d'Histoire Sociale, depois ainda, Mélanges d'Histoire Sociale e, finalmente, Annales (Économies-Sociétés-Civilisations).


sábado, 20 de julho de 2024

Festival (só) de luz...

A luz viaja mais rápido (e mais longe)...


Na Parede, consigo ver as luzes do Festival Super Bock Super Rock... mas não consigo ouvir a música! Têm de tocar mais alto!

Em noite de luar



E um T2 na Arrentela com vista para o Lidl?

«Há uns anos, durante uma conversa sobre planos para férias e respetivos preços, um amigo cunhou uma expressão que ainda hoje utilizamos: “Se tudo falhar, podemos sempre alugar um T2 na Arrentela com vista para o Lidl.”

(...)

À boleia dos hóspedes estrangeiros e do aumento de preços, os proveitos totais do aposento turístico atingiram 1,6 mil milhões de euros (mais 11,9% face ao período homólogo). Pelo andar da carruagem, qualquer dia, ao residente nacional que queira (e possa) fazer férias no país já nem a Arrentela servirá de plano B.»

Pedro Sequeira, DN, 19 de Julho de 2024

A Arrentela vista a partir da outra margem do rio Judeu (da Amora)

Zona ribeirinha da Arrentela
Destaque para o Núcleo Naval do Ecomuseu Municipal
Ao fundo, na parte superior da foto, Lisboa

Arrentela - Quinta da Fidalga

Fotografias de Agostinho Russo "Fotografia con Alma" (fb)

P.S. - Não encontrei fotografias com vista para o Lidl (penso que o Lidl mais próximo é o do Seixal).


sexta-feira, 19 de julho de 2024

Museu Aristides de Sousa Mendes - inauguração


Foi hoje inaugurado o Museu Aristides de Sousa Mendes, na Casa do Passal, em Cabanas de Viriato, que foi residência de família do diplomata. A cerimónia acontece no dia em que completaria 139 anos.

O Museu conta com uma exposição permanente, centrada na acção humanitária do cônsul durante o período da Segunda Guerra Mundial. Está organizada em diversas secções que contam a história da casa, da família, da carreira consular de Aristides de Sousa Mendes, o contexto histórico da época, o processo resultante da sua acção de concessão dos vistos de entrada em Portugal a refugiados que desejavam fugir da França, a pena a que foi sujeito na sequência do processo disciplinar que lhe foi posto e a reabilitação da memória do cônsul. 

Conta também histórias de outros portugueses cujas acções contribuíram, igualmente, para salvar judeus durante a Segunda Guerra Mundial.

Imagens da casa em ruínas, aqui



«Num mundo como o nosso, marcado por profundas transformações políticas e sociais, pela polarização política e social, o passado parece querer tornar-se novamente presente perante o crescimento da extrema-direita, dos discursos de ódio e da xenofobia. Esta mudança exige que o museu, enquanto instituição cívica, assuma um papel ainda mais activo na defesa da igualdade, da inclusão e da justiça social.» 

«Não há exposições neutras e explorar questões relacionadas com as nossas sociedades contemporâneas — como, por exemplo, a questão dos refugiados, dos Direitos Humanos, do dever de desobediência civil — coloca-nos desafios.»

Um dos desafios será «fomentar junto do visitante uma mudança positiva na sua consciência, afirmando-se como espaço de defesa activa dos Direitos Humanos.» (Cláudia Ninhos, do Instituto de História Contemporânea, curadora responsável pela investigação, selecção dos conteúdos e dos textos da exposição)


terça-feira, 16 de julho de 2024

Deixem o morto morrer

“Não era suposto estar aqui, devia estar morto”, disse Donald Trump ao jornal New York Post.

Se ele o diz... 

Ana Luna Caiano, Deixem o morto morrer


domingo, 14 de julho de 2024

Quasi

«Um pouco mais de sol - eu era brasa,
Um pouco mais de azul - eu era além.
(...)»

Mário de Sá-Carneiro


Um pouco mais de pontaria - ele tinha ido.
Faltou "um golpe d'asa", como diz o poema...

Mais uma ajuda para a eleição de Trump!...


Uma grande selecção espanhola

Velázquez, Cervantes, Miró, García Lorca, Paco de Lucia e Goya
Buñuel, Picasso, Dali, El Greco e Gaudí

A selecção espanhola que acabou de vencer o Europeu de Futebol também esteve muito bem e acho que mereceu ganhar.


Le jour de gloire est arrivé!

Mas...
Un autre jour que não o 14 de Julho.
Um Dia Nacional a 30 de Junho.

 
Claude Monet
Rue Montorgueil, 1878

Claude Monet
Rue Saint-Denis, 1878

Pinturas de Monet, de 1878, destinadas à terceira Exposição Universal de Paris, uma manifestação do espírito nacionalista - da recuperação da França depois da derrota na guerra Franco-Prussiana (1870-71) - e do entusiasmo republicano, pouco depois do início da III República e da aprovação da nova Constituição Francesa.

As duas obras representam as celebrações do primeiro feriado nacional autorizado desde a derrota de Napoleão III, em 1870 - o dia 30 de Junho de 1878.

Frequentemente são consideradas uma representação da celebração do 14 de Julho, mas esta data só foi designada em 1880 como o Dia Nacional de França e associada à queda da Bastilha e à Festa da Federação (promovida pelo rei Luís XVI para festejar a união nacional, em 14 de Julho de 1790).


Allons enfants de la patrie...


Vincent van Gogh, 14 de Julho Van Gogh pintou uma rua de Paris (?), em 1886, representando as celebrações do Dia da Tomada da Bastilha, com pinceladas de azul, branco e vermelho. Depois do 4th of July...

quinta-feira, 11 de julho de 2024

terça-feira, 9 de julho de 2024

Quem persegue quem, quem orquestra campanhas?

Não houve novidades na entrevista: os dirigentes do Sindicato dos Magistrados do Ministério Público já tinham dito o mesmo.
Tudo funciona bem!



Quem persegue quem, quem orquestra campanhas?

«Não há nenhum cuidado acrescido que deva ser tomado. Não temos a figura do pré-inquérito. A mera alusão à prática de um crime obriga ao MP a instauração de um inquérito. Não se pode ter dois pesos e duas medidas e dizer que todos os cidadãos são iguais perante a lei e haver um tratamento especial à figura do primeiro-ministro.»

Se somos todos iguais perante a lei, por que razão destacou o 1.º Ministro no tal comunicado? Tanta atenção da sua parte acarretou a demissão!

Era desnecessário! 


sábado, 6 de julho de 2024

Penso (quase) o mesmo

«Entendo que Cristiano Ronaldo é uma lenda, mas desde há vários anos impede a projecção de outros jogadores e não dá nada à equipa (...). Isso foi visível diante da França, Portugal jogou com 10. É uma lenda, pode continuar a ser adorado, mas foi ele que impediu que Portugal fosse mais longe no Europeu. Não gosto de ver jogadores consagrados como este a fazerem uma última aparição como se fosse uma volta olímpica. Chega a ser patético e é necessário virar a página»

Daniel Riolo, jornalista da RMC Sport

Acrescento: O mal é haver treinadores que permitem e/ou alimentam isso. Martínez imitou o que Fernando Santos fez quase até ao fim (quando não "respeitou" Ronaldo e o substituiu).


Calvin & Hobbes e Bill Watterson

Bill Watterson, o autor de Calvin e Hobbes. completa hoje 66 anos.

Um rapaz da colheita de 58!


sexta-feira, 5 de julho de 2024

Israel à rédea solta


Pouco a pouco, ou muito a muito, sem que ninguém incomode, o Estado de Israel vai conquistando o seu "espaço vital", aplanando (literalmente!) o terreno para que não possa vir a existir o Estado da Palestina. 

Israel, estado que foi inventado pela "legalidade internacional", não respeita as resoluções da ONU, crescendo na ilegalidade internacional. 

Como alguém lembrava, é impressionante que um povo que passou pelo que passou se tenha transformado no que se transformou.

O Ocidente, tão defensor do direito internacional no caso da invasão da Ucrânia, põe-se de cócoras perante o poder político [e financeiro] judaico.  

No dia 24 de Junho, a União Europeia adoptou o 14.º pacote de sanções contra a Rússia. Contra Israel... 


Nem a nível desportivo!
A Rússia está impedida de participar em muitas das principais competições desportivas internacionais, através das suas selecções ou equipas. Israel, que geograficamente (ainda) não tem territórios na Europa, participa na Liga dos Campeões ou em outras provas de futebol e as suas selecções disputam apuramentos nos grupos das nações europeias. 
Nos Jogos Olímpicos, os atletas russos autorizados só podem competir sob bandeira e hino neutros. Não podem participar todos os que têm marcas de qualificação, só os que têm convite e... são sujeitos a uma avaliação para determinar se apoiam a guerra na Ucrânia e se têm alguma ligação às forças armadas. Com os atletas israelitas não há problemas.

O Comité Olímpico Internacional foi questionado sobre a possibilidade de haver atletas que se recusem a competir contra os israelitas nas próximas olimpíadas.  
O COI alertou que "qualquer discriminação será punida", porque... "os desportistas não são responsáveis pelas decisões dos governos dos seus países." 
À excepção dos russos, claro, que esses podem ter perigosas ideias belicistas!



quinta-feira, 4 de julho de 2024

Os Trabalhadores irão ocupar o n.º 10 da Downing Street

A afirmação é de um jornalista da SIC-Notícias, no telejornal das 20 horas.

Não sabemos como as forças da ordem irão actuar nem como irá reagir a opinião pública inglesa (nomeadamente os que não são trabalhadores). 



quarta-feira, 3 de julho de 2024

Franco Charais, Capitão de Abril

Continuando o que já parece uma secção de necrologia...

Morreu Franco Charais, mais um dos militares de Abril (e já agora, do 25 de Novembro... de que a direita não se lembra!) 

Franco Charais foi um oficial de Artilharia que esteve fortemente envolvido no 25 de Abril. Integrou a Missão Coordenadora do MFA, colaborou na redacção do Programa do MFA, integrou o Conselho de Estado, fez parte do Conselho da Revolução, foi comandante da Região Militar Centro e foi um dos subscritores do chamado “Documento dos Nove”.


Franco Charais entre Vasco Gonçalves e Melo Antunes


terça-feira, 2 de julho de 2024

Espectáculo!

«O espectáculo de Cristiano Ronaldo é imparável e reduz os outros jogadores a atores secundários. Neste mundo de adoração de celebridades, ganhar partidas de futebol parece uma preocupação secundária. É tudo sobre Ronaldo.

Tudo em Portugal é reduzido a Cristiano Ronaldo. O futebol português tornou-se o grande psicodrama do seu envelhecimento. Diogo Costa pode ter defendido três penáltis no desempate (3-0), mas mesmo assim só se fala de Ronaldo.»

Ao que dizem, isto foi escrito por Jonathan Wilson, jornalista do The Guardian.
A ser verdade, foi bem escrito.


Dias de luto nacional... e panteões

Os dias de luto nacional, como se costuma dizer, valem o que valem.

Mas por que razão Manuel Cargaleiro, artista consagrado, mereceu a consideração do decreto de luto nacional e Fausto, artista consagrado, não mereceu?

Porque era "mais à esquerda" e este Governo é "mais à direita"?

Quais são os critérios?

É como a ida para o Panteão. 
Uns presidentes, um candidato a presidente, uns escritores, uma fadista, um futebolista... Que critério para panteonar?
E a saga em torno dos restos mortais do Eça... O próprio seria capaz de escrever um bom romance com base nela (na qualidade de morto já viajou de Paris para Lisboa e da capital para Santa Cruz).
E tem que se pensar em deixar espaço para os futuros panteonáveis: Cavaco, Ronaldo...


segunda-feira, 1 de julho de 2024

Dia Mundial das Bibliotecas


«Os livros dotam uma divisão de uma identidade particular que pode, em alguns casos, usurpar a do proprietário - uma peculiaridade bem conhecida de personalidades estúpidas que exigem ser retratadas com uma parede coberta de livros em fundo, na esperança de que eles lhes concedam um lustre de erudição.»

Alberto Manguel, A biblioteca à noite


Morreu o Fausto!

"Soube escutar as marcas de referência da nossa identidade enquanto povo, enquanto cultura" (Nuno Galopim) 

Nome grande da música portuguesa, dos compositores mais criativos partindo da música tradicional portuguesa ou de ritmos africanos (Fausto viveu em Angola até aos 20 anos).

A ele se deve um dos melhores discos de sempre da música portuguesa: Por este rio acima, primeiro duplo da trilogia Lusitana Diáspora, a que se seguiram Crónicas da terra ardente e Em busca das montanhas azuis, o último disco de originais que gravou (e que eu continuo a procurar, como já disse aqui , quando Fausto completou os 75 anos). Com essa trilogia podemos dizer que Fausto se tornou o Fernão Mendes Pinto da nossa música.

"Era um grande criador, intérprete, criador de letras e músicas e criou um universo próprio, muito pessoal e muito personalizado. A gente consegue dizer aquela canção é do Fausto porque de facto ele tinha um carimbo" (Sérgio Godinho)

Lembro-me de ter conhecido a sua música logo após o 25 de Abril de 1974, com o LP P'ró que der e vier, que terá sido acabado de gravar uma semana antes dessa data. 

Era o tempo das canções de intervenção, de "luta pura e dura" (Venha cá sr. burguês, O patrão e nós, P'ró que der e vier...), altura em que Fausto esteve envolvido na criação do GAC (Grupo de Acção Cultural - Vozes na Luta), com José Mário Branco, Afonso Dias e Tino Flores, entre outros, embora não se tenha demorado no grupo. Aí compôs O poder aos operários e camponeses, cuja letra é exemplo da cantiga como arma.

Fausto no I Encontro da Canção Portuguesa, 29 de Março de 1974

Eu pego na minha viola
e canto assim
esta vida
a correr
eu sei que é pouco e não consola 
nem cozido à portuguesa há sequer
quem canta sempre se levanta
calados é que podemos cair
com vinho molha-se a garganta
se a lua nova está p'ra subir
que atrás dos tempos vêm tempos
e outros tempos hão-de vir

Atrás dos tempos, de Madrugada dos trapeiros (1977)



Deixa uma marca como poucos deixam...
Memórias
(que me lembram sonhos lindos)
Ao som do mar e do vento