"Quando todos os cálculos complicados se revelam falsos, quando os próprios filósofos não têm nada mais a dizer-nos, é desculpável que nos voltemos para a chilreada fortuita dos pássaros ou para o longínquo contrapeso dos astrosou para o sorriso das vacas." Marguerite Yourcenar, Memórias de Adriano (revista e acrescentada por Carlos C., segundo Aníbal C. S.)
A história dos projectos arquitectónicos e da construção é controversa. São vários os arquitectos envolvidos em diferentes fases, incluindo o paisagista Georg Gunder, que tinha colaborado nos Jogos Olímpicos de Berlim. Aquele a quem é normalmente atribuído o projecto de conclusão é Miguel Jakobetty Rosa: ele é o autor da tribuna presidencial do estádio assim como de outras propostas e intervenções posteriores a 1939-1940.
A 14 de Setembro de 1940, o jornal O Século apresenta o Estádio como uma realidade já existente:
«Impõe-se já, como uma das mais grandiosas obras de engenharia realizadas em Portugal, o Estádio Nacional, esse palácio dos desportos, recinto apropriado para todos os jogos de força e de destreza, que ficará a dever-se à política do Estado Novo, inspirado no verdadeiro interesse do país, como realidade das mais belas a compensar aquilo a que o desporto tem jus. Cumpriu-se a promessa do sr. dr. Oliveira Salazar. O estádio pode já considerar-se um facto.»
O dia da inauguração foi marcado para a "festa da raça e de Camões", a 10 de Junho de 1944, data em que decorria a II Guerra Mundial (4 dias depois do Dia D).
A inauguração do Estádio Nacional traz um cheiro à abertura dos Jogos Olímpicos de Berlim de 1936, salvaguardadas as devidas proporções.
«Estádio Nacional, prometido por Salazar aos desportistas portugueses, é hoje esplêndida, magnífica realidade.»
«Salazar, campeão da pátria, era o atleta número um naquela festa de campeões.»
«(...) a inauguração do Estádio ultrapassa os limites de uma simples festa desportiva, para atingir um significado mais alto e vivido, é o documento monumental do que se passou, sem deixar saudades, a época das promessas que não se cumpriam, que não passavam de palavras, a certeza da retórica, o juramento de pedra da nossa renascença. A festa da inauguração do Estádio não é apenas, portanto, a grande festa do Desporto Nacional, mas acima de tudo, a apoteose de Portugal Novo, a confiança no dia de hoje e a certeza do dia de amanhã.» (António Ferro, Director do Secretariado de Propaganda Nacional e Presidente da Comissão Organizadora da Festa do Estádio nacional, na Emissora Nacional)
«Quando eu era mais novo, a minha avó dizia assim: "isto já só vai lá com dois Salazares". Era o que ela dizia, é verdade. E hoje eu orgulho-me muito quando as pessoas sabem que, afinal, já não é preciso Salazar nenhum.»
André Ventura, numa arruada pelo centro de Braga
Salazar deve estar às voltas na tumba!
(não é que eu tenha simpatia por Salazar, mas este ainda tinha pensamento político...)
A 6 de Junho de 1944, tropas aliadas desembarcaram na Normandia, abrindo uma nova frente na II Guerra Mundial - foi o Dia D ou o Dia Mais Longo.
Na madrugada desse dia teve início uma grande manobra de guerra aeronaval, que recebeu o nome de código de "Operação Overlord". Estiveram envolvidos 10.500 aviões, entre caças e bombardeiros, 722 navios de guerra e 4.300 embarcações de transporte.
Através do Canal da Mancha, 156 mil militares, sobretudo dos EUA, da Grã-Bretanha e do Canadá, tomaram de assalto as praias da Normandia, em solo francês, ao longo de mais de 100 km.
Nessa altura já 13 mil pára-quedistas tinham sido lançados atrás das linhas alemãs, com o objectivo de controlarem pontos-chave. Bombardeamentos aéreos e navais foram efectuados para que os alemães ficassem na defensiva.
Os alemães acreditavam que a invasão iria acontecer numa outra região - em Nord-Pas-de-Calais.
Os planos de invasão foram acordados na Conferência de Teerão, entre os líderes das principais potências aliadas (EUA, Grã-Bretanha e União Soviética. Os soviéticos tinham resistido em Estalinegrado (1942-43), iniciando a mudança do curso da guerra. No Norte de África as forças de Rommel tinham sido derrotadas e a Itália tinha capitulado. O Dia D foi o golpe que faltava para a queda do III Reich.
A Conferência de Teerão foi uma reunião estratégica de Estaline, Roosevelt e Churchill, entre 28 de Novembro e 1 de Dezembro de 1943, de onde saiu o compromisso dos Aliados ocidentais abrirem uma segunda frente de guerra contra a Alemanha nazi, aliviando a frente soviética.
Até 25 de Julho desembarcaram cerca de milhão e meio de soldados. Foi a abertura para a libertação da Europa do jugo nazi.
«Este é o maior desafio que alguma vez tivemos.» (Winston Churchill, 1.º Ministro inglês)
«Os homens livres do mundo estão a marchar juntos para a vitória.» (Gen. Dwight D. Eisenhower, Comandante Supremo das Forças Aliadas).
Cientistas e mulheres portuguesas substituíram os políticos, os socialites (ou pindéricos pretendentes a...), gente "famosa" por ser "famosa" e/ou os futebolistas Ronaldos (ou emergentes) em destaque na comunicação social (aqui ou nas Franças...).
«As provas de aferição são um instrumento de avaliação externa aplicado no Ensino Básico em Portugal que consomem inutilmente recursos humanos, tempo lectivo e tempo de aprendizagem. Não tenho memória de alguma vez, de forma demonstrada, terem contribuído para a melhoria do ensino não só de quem aprende mas também de quem ensina. O objectivo principal de aferir o nível de aprendizagem dos alunos em áreas consideradas estratégicas para o seu desenvolvimento e fornecer informações para o acompanhamento do seu progresso escolar devia ser sempre uma prerrogativa exclusiva do professor. E sempre foi até ao dia em que inventámos estas inúteis provas.»
A 2 de junho de
1870, a partir de 3 barcos fundeados em frente a Carcavelos, foi lançado o
cabo submarino que ligou Portugal a Inglaterra.
Depois do estabelecimento da ligação
Gibraltar-Carcavelos, o novo cabo, de 1 526 km de extensão, iria
chegar a Porthcurno, no Sul de Inglaterra, e posteriormente a Londres (8 de
Junho).
Nesse dia, no Palácio da Ajuda, o rei D. Luís
recebeu um telegrama
de felicitações da Rainha Vitória.
A exploração dos dois cabos (Gibraltar-Carcavelos
e Carcavelos- Porthcurno) foi aberta ao público em 12 de Junho,
permitindo desde então ligações telegráficas não só com Inglaterra e
Gibraltar, mas também com Malta, Índia, China e todos os outros países
ligados à rede mundial de cabos submarinos.
Porthcurno - Museum of Global Communications
A companhia inglesa responsável pela instalação da
linha telegráfica submarina adquiriu a Quinta Nova de Santo António, fronteira
à praia de Carcavelos. Aí adaptou o palacete para servir como a sua sede
local. A colónia de ingleses da empresa acabou por dar origem ao cognome
pelo qual a quinta é conhecida ainda hoje - Quinta dos Ingleses -, dada a
importância que esta comunidade teve na região naquela época.
A quinta é, actualmente, objecto de polémica em torno
do projecto de urbanização que irá substituir a mata existente.
Voltando a 1870, o Diário de Notícias de 4 de Junho
maravilhava-se, logo na primeira página, com o progresso que significava a
instalação do cabo submarino:
«Admirável invenção é a da Telegrafia eléctrica,
singular aperfeiçoamento o do cabo submarino! A imensa distância de 2.000
léguas, que separam Portugal da Índia, vai ser vencida no curto espaço de duas
horas! Quantos benefícios vão produzir esta maravilha ao comércio, à indústria,
aos povos, ao progresso!»
O sobreiro é considerado a Árvore Nacional de Portugal desde 2011.
Sobreira Grande - Vale do Pereiro (Arraiolos)
Árvore do Ano em 2022
Alguns estudiosos defendem que a existência dos sobreiros remonta há mais de 60 milhões de anos. Está cientificamente provado que os sobreiros resistiram ao período glaciar na bacia do Mediterrâneo, há mais de 25 milhões de anos. Em Portugal, onde existe a maior área de montado do mundo, foi descoberto um fragmento fóssil com mais de dez milhões de anos, o que demonstra a antiquíssima presença desta árvore no país.