«Durante vários anos, e mesmo depois do 25 de Abril, tive muitas vezes a ideia de ir viver para outro país, França, por exemplo, onde passei dois anos e meio, na década de 60 (e cheguei a ter um apartamento em Paris, nos anos 80). Pensei muitas vezes nisso. E confesso: se, hoje, tivesse de escolher um país para viver, eu escolheria Portugal. Sem estar a querer branquear nada… Há aqui coisas péssimas, horríveis; nem sempre concordo com o Governo, mas, mesmo assim, com esta solução governativa numa Europa completamente ultraliberal, com o facto de ter sido possível este compromisso, é preciso valorizar Portugal… Além disso, sinto uma grande criatividade hoje, em Portugal, a vários níveis. E passámos a acreditar muito mais em nós próprios. Perdemos o complexo de que somos sempre inferiores e aquele discurso de que tudo o que é mau está em Portugal. Hoje, quando olho à volta, para outros países a França com a Frente Nacional, este novo partido franquista em Espanha, o que se passou em Itália… -, tenho de valorizar Portugal, mesmo com todos os seus problemas.
O importante é sublinhar que a democracia, a liberdade e a paz não são dados adquiridos. É facílimo isto mudar!»
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