Salazar pretendia celebrar o "Duplo Centenário da Fundação e da Restauração da Nacionalidade" e tornou pública essa intenção através de uma nota oficiosa, a 27 de Março de 1938.
Subentendida estava a celebração do Estado Novo. Portugal afirmava-se como um "oásis de paz e de progresso", quando o mundo vivia a II Guerra Mundial.
A Exposição do Mundo Português culminava a campanha de propaganda do regime fundado em 1933, que contrastava com a decadente I República.
Para a concretização dessa tarefa, Salazar voltou a chamar um homem que dispensara do Governo em 1936: Duarte Pacheco. Era quem "mais garantias dava de cumprir com sucesso o calendário, optimizar os custos e realizar o programa das obras necessárias na cidade, muito para lá do que seria o recinto da Exposição."
O plano de urbanização de Lisboa incluía "o arranjo das Praças dos Jerónimos e de Afonso de Albuquerque, a valorização da Avenida Marginal e o embelezamento da Torre de Belém".
A zona de Belém passaria a ser dotada de infraestruturas necessárias para responder ao aumento da população e do turismo, que iriam prevalecer mesmo após a realização da Exposição.
A equipa que liderou o projecto contava com o diplomata e jornalista Augusto de Castro, comissário da Exposição, o engenheiro Sá e Melo, comissário adjunto, e Cottinelli Telmo, arquitecto-chefe.
O projecto apresentado a Salazar iria causar a irritação inicial deste, que acusava Duarte Pacheco de "mania das grandezas", argumentando com "projectos irrealizáveis", "orçamentos", "custo da Praça do Império", "utopia"... [a descrição da situação foi narrada por escrito pelo próprio Cottinelli Telmo]
Ultrapassada a tempestade inicial - a Câmara de Lisboa, a que Duarte Pacheco presidira entre 1936 e 1938, assumiu os custos da execução da Praça do Império - a Exposição foi posta de pé em apenas 15 meses e ocupou uma área de 450 mil m2.
Alguns pavilhões secundários só seriam inaugurados mais tarde, conforme foram sendo concluídos.
A Nau Portugal, que deveria ser uma das grandes atracções da Exposição, só chegou à doca de Belém a 7 de Setembro. Motivo: a nau da carreira da Índia, recriada com todos os pormenores decorativos - que incluiu acções patrimonialmente muito discutíveis, como o "desvio" de talhas douradas de várias igrejas - adornou quando lançada à água, em Aveiro (fora construída nos estaleiros da Gafanha da Nazaré).
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Imagens retiradas de https://restosdecoleccao.blogspot.com/
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