Entro então nele a tiritar de frio, atravesso-o molhado de nevoeiro, tomo um quarto, e deito-me no aconchego dessa velha e particular paixão que nos une. No dia seguinte, pela manhã, levanto-me, compro um jornal, embarco, e a minha visita anual e discreta acabou.
De vez em quando perco a cabeça, estrago os horários, e vou ver o Pousão, a mão do Conde Ferreira, a igreja de S. Francisco, ou meto-me num eléctrico e dou a volta ao mundo, a descer à Foz pela Marginal e a subir pela Boa-Vista.»
Miguel Torga, O Porto, in Portugal
Dominguez Alvarez, Porto - Torre dos Clérigos (1938) |
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