"Quando todos os cálculos complicados se revelam falsos, quando os próprios filósofos não têm nada mais a dizer-nos, é desculpável que nos voltemos para a chilreada fortuita dos pássaros ou para o longínquo contrapeso dos astros ou para o sorriso das vacas."
Marguerite Yourcenar, Memórias de Adriano (revista e acrescentada por Carlos C., segundo Aníbal C. S.)

sábado, 6 de agosto de 2016

D. Sebastião e o sebastianismo

"E o D. Sebastião levou tantas na pinha
que ao voltar cá encontrou a vizinha
espanhola sentada na cama deitada no trono
e o país mudado de dono"



O sebastianismo - "uma prova póstuma da nacionalidade" - no contexto do antigo regime português:
«A alma lusitana, ingénua na sua candidez - desconjuntado e condenado o sistema de ideias patrióticas que desde o século XVI tinham dado vida à nação -, rebentava em soluços, buscando no seio da natureza, onde se acolhia, uma salvação que não podia esperar mais das ideias, dos sistemas, dos heróis, nem dos reis em quem tinha confiado por dois séculos. A obra temerária dos homens caía por terra; e o povo, abandonado e perdido, abraçava-se à natureza, fazendo do lendário D. Sebastião um génio, um espírito - e da sua história um mito.»
(Oliveira Martins, História de Portugal)


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