"Quando todos os cálculos complicados se revelam falsos, quando os próprios filósofos não têm nada mais a dizer-nos, é desculpável que nos voltemos para a chilreada fortuita dos pássaros ou para o longínquo contrapeso dos astros ou para o sorriso das vacas."
Marguerite Yourcenar, Memórias de Adriano (revista e acrescentada por Carlos C., segundo Aníbal C. S.)

quarta-feira, 14 de novembro de 2012

Veneza e o mar

Da História só resta a memória.
 
 
No século XVIII, Francesco Guardi pintava A largada do Bucentauro, presente na exposição As Idades do Mar.

O Bucentauro era aquilo que se pode chamar a embarcação oficial de Veneza, usada nas recepções a altas personalidades e nas festas, principalmente na do Dia da Ascensão.
Nesse dia, para celebrar a festa da união de Veneza com o mar, o Doge embarcava no Bucentauro e, na proximidade da igreja de S. Nicolau do Lido, lançava à água uma aliança de ouro, símbolo dessa união.

O último Bucentauro, aquele que terá sido o mais sumptuoso de todos e que será o representado por Guardi em mais do que um quadro, foi destruído por ordem de Napoleão.

No quadro da Gulbenkian, embarcações secundárias remetem o Bucentauro para segundo plano

Não sei se a festa ainda se realiza ou se, por falta dela, o mar mais se zanga com Veneza.
O romantismo está ameaçado.

Jorge Sousa Braga tem um Plano para salvar Veneza.
Como o poeta avisa,
«A não ser que se tomem as devidas providências, dentro em breve será celebrada na catedral de S. Marcos a primeira missa submarina para alguns cardumes de peixes boquiabertos.»

P.S. - O mais surpreendido será uma solha!
 
 

Sem comentários:

Enviar um comentário