O D. Sebastião da mensagem anterior já estava na estante há algum tempo, à espera de vez. Ganhou prioridade quando tive oportunidade de visitar o Palácio dos Marqueses de Abrantes, local do antigo Paço de Santos-o-Velho, de onde, dizem alguns, D. Sebastião terá saído para embarcar rumo ao Norte de África.
No jardim está a mesa onte teria tomado a sua última refeição antes desse momento. Parece-me muito pequena para alguém com a mania das grandezas!
Pensando perseguir algumas curiosidades sobre o Paço - e D. Sebastião saltava de Paço em Paço com grande regularidade - dei comigo a viver as angústias de um reino, graças ao queimar das pestanas e da luz dos olhos de quem "consulta alfarrábios e documentos de leitura velha e difícil, para achar a verdade dos sucessos", neste caso, mais os insucessos.
Miguel Leitão de Andrada |
Distracções, também, porque a última faixa de um dos meus primeiros CDs (remoto ano de 1992), O Lusitano, é um romance com uma belíssima música de autoria desconhecida e versos de Miguel Leitão de Andrada.
Primeiros versos do romance:
Puestos estan frente a frente
Los dos valerosos campos,
Uno es del Rey Maluco,
Otro de Sebastiano
El Lusitano.
Moço, animoso y valiente,
Robusto, determinado,
Aunque de poca experiencia
Y no bien aconsejado,
El Lusitano.
O tema é, portanto, o da batalha de Alcácer Quibir, onde Miguel de Andrada, o vidente que muito admirava o rei, pelejou rijamente e foi feito prisioneiro. Do mal o menos, pois conseguirá fugir passados uns anos. Será dele o primeiro documento, uma carta, a dar conhecimento ao país da derrota do exército de D. Sebastião.
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