Diana Barroqueiro, D. Sebastião e o vidente
Não sei se terá sido a melhor opção, nestes tempos de uma pátria "metida no gosto da cobiça e na rudeza duma austera, apagada e vil tristeza", ler este D. Sebastião.
Ler, sobretudo, a parte final do livro - O Cavaleiro do Desastre - que não pode deixar de causar engulhos pela similitude de situações e formas de agir, pela inconsciência/falta de preparação de quem governa, desconhecimento das realidades sobre as quais se quer intervir, incapacidade de ouvir, pensar e agir, tendo em consideração o que deveria ter sido incorporado de conhecimento.A forma de gastar também é nossa velha conhecida.
E no pessimismo, aparentemente só a fé nos deuses aguenta os mais lúcidos.
«(...) D. Francisco seguiu-o, imerso em negros pensamentos, rogando a Deus a graça de inspirar à Monja de Lisboa um vaticínio que o fizesse desistir ou pelo menos adiar para tempos de maior abastança a sua onerosa empresa, pois só um portentoso milagre poderia salvar o reino, se D. Sebastião persistisse em arruiná-lo com as medidas que ali tinham sido propostas e não tardariam a ser aplicadas aos seus já tão empobrecidos vassalos.»
idem
O livro é já de 2006, pelo que não se pode dizer que a autora foi influenciada pela crise.
Quanto aos governantes... deviam ler mais e conhecer melhor a História. Fazia-lhes bem! Podia ser que aprendessem alguma coisa.
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