S. Bartolomeu (e o diabo preso) pintura do Museu Machado de Castro |
Há muitas festas e rituais associados ao santo, sendo comuns os banhos.
Segundo a cultura popular, S. Bartolomeu, que devia guardar o diabo
(preso aos seus pés), distraiu-se e deixou-o fugir, pelo que o diabo anda à
solta este dia. Assim, é sempre sentido um período de ventania durante o
dia.
Recordo esta história desde que me foi contada, em Portalegre.
Na Foz do Douro, onde segundo a tradição local o corpo de S. Bartolomeu
apareceu nas águas, o santo é festejado com um cortejo – o Cortejo do Trajo de
Papel – que percorre as ruas da zona e em que os figurantes vestem fatos de
papel-crepe bem coloridos e imaginativos. Este cortejo, que inclui carros
alegóricos das colectividades locais, termina com o banho santo na praia do
Ourigo, “redutor dos endemoninhados” e que tem um efeito preventivo sobre a
epilepsia, a gaguez e o medo. Os trajes de papel são sacrificados (oferecidos)
às águas do mar, esperando-se que S. Bartolomeu livre os participantes de
maleitas até à festa do ano seguinte.
Pode ser que um ano destes tenha oportunidade de assistir (estas fotos foram retiradas da net).
Deixo a oração a São Bartolomeu contra os medos, para esconjurar diabos e, com um pouco de sorte e santa protecção, ministros e assessores malévolos:
Deixo a oração a São Bartolomeu contra os medos, para esconjurar diabos e, com um pouco de sorte e santa protecção, ministros e assessores malévolos:
São Bartolomeu me disse
Que dormisse
E que velasse,
E que nenhum medo tomasse
Nem da onda,
Nem da sombra,
Nem também do pesadelo,
Ele tem a mão furada
E a unha recortada,
Quatro cantos tem a casa,
Quatro cantos tem o leito,
Quatro anjos me acompanhem
Sempre dentro do meu peito.
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