"Quando todos os cálculos complicados se revelam falsos, quando os próprios filósofos não têm nada mais a dizer-nos, é desculpável que nos voltemos para a chilreada fortuita dos pássaros ou para o longínquo contrapeso dos astros ou para o sorriso das vacas."
Marguerite Yourcenar, Memórias de Adriano (revista e acrescentada por Carlos C., segundo Aníbal C. S.)

segunda-feira, 26 de março de 2012

Ludwig e a Heróica

Beethoven morreu a 26 de Março do há muito ido ano de 1827, na cidade de Viena.
Na sua extensa obra, destaco as sinfonias, onde coloca em movimento massas sonoras, com um forte impacte sobre o estado de espírito de quem as escuta.
Em 1802, Beethoven tinha esboçado a 3.ª Sinfonia, a Sinfonia Heróica, que teve a ideia de compor em homenagem a Napoleão Bonaparte, o “libertador da Europa”.  
A sua primeira execução pública terá sido em Viena, em Abril de 1805.
O facto de Napoleão se ter feito coroar imperador atraiçoou o ideal de Revolução – liberdade, igualdade e fraternidade - que Beethoven admirava e a dedicatória acabou por ser outra.
Também outro foi o segundo andamento: a Marcha triunfal inicial deu lugar a uma sentida Marcha fúnebre (provavelmente por mais um líder político que cedeu à tentação do poder despótico).

Os críticos da época acharam a sinfonia, a mais longa escrita até então, "fatigante", "interminável" e "desordenada".
A música sinfónica não voltaria a ser a mesma.



A Marcha fúnebre (segundo andamento, parte 1, da 3.ª Sinfonia)

pela New York Philharmonic, conduzida por Leonard Bernstein.

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