"Quando todos os cálculos complicados se revelam falsos, quando os próprios filósofos não têm nada mais a dizer-nos, é desculpável que nos voltemos para a chilreada fortuita dos pássaros ou para o longínquo contrapeso dos astros ou para o sorriso das vacas."
Marguerite Yourcenar, Memórias de Adriano (revista e acrescentada por Carlos C., segundo Aníbal C. S.)

quinta-feira, 24 de novembro de 2011

Rómulo de Carvalho / António Gedeão

Hoje faziam anos Rómulo de Carvalho e António Gedeão.
Os dois entraram em diálogo e é difícil individualizá-los...
Professor, pedagogo, divulgador de ciência e poeta...
A ciência na poesia, a poesia na ciência e na vida.

A propósito desta dicotomia Rómulo de Carvalho/António Gedeão caberá citar a Arte de Ser Português, de Teixeira de Pascoaes:
«Devemos considerar divina a missão dos poetas, quando não mintam ao seu destino sublime.
Se a Ciência é a realidade das coisas fora de nós, a Poesia é a sua realidade dentro em nós. A Ciência vê; a Poesia visiona, transcendentaliza o objecto contemplado; eleva o real ao ideal; é criadora, e as suas criações ficam a viver, a pertencer à Natureza que, nelas, se excede e acrescenta às suas formas objectivas do domínio Científico a beleza espiritual.»

Em http://www.romulodecarvalho.net/ encontramos um óptimo site sobre António Gedeão (ou será sobre Rómulo de Carvalho?).

Homem

Inútil definir este animal aflito.
Nem palavras,
nem cinzéis,
nem acordes,
nem pincéis
são gargantas deste grito.
Universo em expansão.
Pincelada de zarcão
desde mais infinito a menos infinito.

(1.º poema da sua primeira obra poética, Movimento Perpétuo - 1956)

Manuscrito de Pedra Filosofal,
aquele que será o seu poema mais conhecido


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