«(…)
Eleito com uma maioria significativa, não aquela de que ele se gaba,
Trump disse ao que vinha – antes, durante, e depois, se houver um depois. O que ele disse põe em causa a democracia americana, o primado da lei e o
funcionamento regular de todas as instituições e, se
há coisa pela qual ele não pode ser criticado, é por não ter dito ao que vinha. Quem votou nele sabia o que ele ia
fazer e, por isso, assume uma responsabilidade directa no que está a acontecer. A ideia de que não se pode criticar as opções populares
numa democracia é absurda, quando essa opção põe em causa a própria democracia.
Foi assim com Hitler, com Perón, com Milei, com Trump, como com os eleitores da
Frente Nacional, da AfD, do Vox, etc., por uma razão muito simples: é que a
democracia parte da vontade popular, mas implica o primado da lei, os direitos
humanos, a igualdade dos homens e das mulheres, a recusa do racismo. Ou é o
pacote completo ou não é democracia. E o que Trump está a fazer nada tem que
ver com a democracia.
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