«Percebi, na forma como conta a sua vida, que a mística de Maria Teresa Horta é a sua constante viagem ao passado, à infância. É uma vida de abandonos e desilusões que surgiram cedo demais e que deixaram cicatrizes. Lá está, uma existência que nada deve ao equilíbrio, embora sempre rica em acontecimentos e, acima de tudo, centrada num caminho literário que é exclusivamente seu. Mas com a Teresa podemos falar de tudo: Salazar, os costumes, a oposição, a clandestinidade, o partido, as mulheres-machistas, o conservadorismo, o jornalismo, a literatura, a crítica literária, o cinema, a música... Não existem temas que possam ser excluídos, ela interessa-se por tudo e rende-se sobretudo a uma ideia de beleza que, para ela, é um princípio civilizacional.»
Patrícia Reis, A Desobediente - Biografia de Maria Teresa Horta
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