"Quando todos os cálculos complicados se revelam falsos, quando os próprios filósofos não têm nada mais a dizer-nos, é desculpável que nos voltemos para a chilreada fortuita dos pássaros ou para o longínquo contrapeso dos astros ou para o sorriso das vacas."
Marguerite Yourcenar, Memórias de Adriano (revista e acrescentada por Carlos C., segundo Aníbal C. S.)

quarta-feira, 11 de setembro de 2024

O Douro do senhor Smith

O Douro vinhateiro tem dois grandes poetas: Miguel Torga e António Cabral.  

«São ambos duas vozes poderosas, Torga e Cabral, duas vozes bem timbradas e cheias, substanciosas, empenhadas ambas no canto duriense, mas os olhos com que vêem o Douro são diferentes, e por isso diferente a voz com que o cantam.»

A. M. Pires Cabral (1993)

António Cabral vê com alguma ironia o predomínio inglês sobre o território... e os seus homens:

«(...) Hoje, o senhor Smith é o dono da grande quinta:
Setenta pipas de vinho de primeira,
além dum extenso olival, dois pomares,
um palacete, a habitação dos caseiros, os caseiros,
trabalhadores eventuais e outras árvores de fruto. (...)»

Poemas durienses

O senhor Smith era "um menino bonito" do Duque de Wellington. Comprara uma quinta no Alto Douro por uma bagatela e visitava-a de cinco em cinco anos. 

O poeta contava as suas histórias.


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