O Douro vinhateiro tem dois grandes poetas: Miguel Torga e António Cabral.
«São ambos duas vozes poderosas, Torga e Cabral, duas vozes bem timbradas e cheias, substanciosas, empenhadas ambas no canto duriense, mas os olhos com que vêem o Douro são diferentes, e por isso diferente a voz com que o cantam.»
A. M. Pires Cabral (1993)
António Cabral vê com alguma ironia o predomínio inglês sobre o território... e os seus homens:
«(...) Hoje, o senhor Smith é o dono da grande quinta:
Setenta pipas de vinho de primeira,
além dum extenso olival, dois pomares,
um palacete, a habitação dos caseiros, os caseiros,
trabalhadores eventuais e outras árvores de fruto. (...)»
além dum extenso olival, dois pomares,
um palacete, a habitação dos caseiros, os caseiros,
trabalhadores eventuais e outras árvores de fruto. (...)»
Poemas durienses
O senhor Smith era "um menino bonito" do Duque de Wellington. Comprara uma quinta no Alto Douro por uma bagatela e visitava-a de cinco em cinco anos.
O poeta contava as suas histórias.
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