"Quando todos os cálculos complicados se revelam falsos, quando os próprios filósofos não têm nada mais a dizer-nos, é desculpável que nos voltemos para a chilreada fortuita dos pássaros ou para o longínquo contrapeso dos astros ou para o sorriso das vacas."
Marguerite Yourcenar, Memórias de Adriano (revista e acrescentada por Carlos C., segundo Aníbal C. S.)

sábado, 28 de setembro de 2024

28 de Setembro de 1974

Passam hoje 50 anos sobre o 28 de setembro de 1974, data em que os spinolistas projectaram a realização da grande manifestação da "maioria silenciosa", como forma de forçarem a instauração de um regime presidencialista (com a dissolução da Comissão Coordenadora do MFA) e, na sequência, o bloqueio do processo de descolonização (com o apoio da direita civil e militar) e a contenção do processo revolucionário.


De 27 para 28 de Setembro foram organizadas barreiras populares (civis de partidos de esquerda - moderados e radicais -, de sindicatos, de comissões de trabalhadores e de trabalhadores) com a participação de militares, com revista das viaturas que se deslocavam para Lisboa (procurando armas), dificultando a acção dos potenciais manifestantes.



No próprio dia 28, a manifestação seria proibida pela Comissão Coordenadora do MFA e cancelada pelo General Spínola.
Vários elementos associados ao regime ditatorial foram presos, acusados de implicação na "intentona de direita" .
O General Spínola renunciou ao cargo de Presidente da República (30 de Setembro) e verificou-se uma alteração da correlação de forças no aparelho de Estado e nas Forças Armadas - acelerava o PREC.

O General Costa Gomes substituiu Spínola na presidência


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