"Quando todos os cálculos complicados se revelam falsos, quando os próprios filósofos não têm nada mais a dizer-nos, é desculpável que nos voltemos para a chilreada fortuita dos pássaros ou para o longínquo contrapeso dos astros ou para o sorriso das vacas."
Marguerite Yourcenar, Memórias de Adriano (revista e acrescentada por Carlos C., segundo Aníbal C. S.)

terça-feira, 28 de abril de 2020

Comentadores (de cada momento)

A situação extraordinária que vivemos libertou-nos dos comentários futebolísticos e deu-nos a conhecer os especialistas da saúde e da ciência. Desconhecíamos a existência de tantos e do trabalho que realizam, no nosso país ou no exterior. Não ganham é tanto como os futebolistas (aqueles mais conhecidos), não têm as mesmas condições de trabalho nem a atenção habitual da comunicação social.

Os comentadores generalistas, apanhados de surpresa no início da pandemia, regressaram rápido à ribalta, pois tanto comentam o futebol como o vírus.

A tendência dos últimos dias é o da ascensão dos comentadores de economia, defendendo, maioritariamente, o regresso à normalidade (a passada, pois o que será a normalidade futura?), porque a crise económica os preocupa mais do que o estado da saúde pública. Também, regra geral, foram dos que acharam, em tempos de crise, que deviam diminuir as despesas ou investimentos no Serviço Nacional de Saúde.
Economia versus Saúde. Como a história de quem apareceu primeiro: o ovo ou a galinha. Não há economia sem saúde pública, não há saúde pública sem economia.

Abre-se, agora, uma janela de oportunidade para o regresso dos comentadores futebolísticos. Até porque futebol é economia.
E só num tempo estranho seria possível reunir as três personalidades referidas no último parágrafo do excerto da notícia do DN.

 
Não há uma vida normal sem futebol!


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