O DN recordou que a pintura Nu deitado (reclinado sobre o lado esquerdo), de Amadeo Modigliani, foi a obra de arte mais cara transaccionada em 2018 - 138,3 milhões de euros.
O quadro foi capa da exposição do Tate Modern com 12 nus do artista (Novembro de 2017 - Abril de 2018). A exposição assinalava os 100 anos da primeira e única exposição a solo de Modigliani, durante a sua vida.
A exposição de 1917, na conceituada galeria de Berthe Weill, galerista e marchande, onde Picasso e Matisse venderam os seus primeiros quadros em Paris, durou... um dia.
Na montra foram expostos dois nus. Em nome dos bons costumes, a polícia foi chamada a intervir.
«Modernismos, vanguardismos e descaramentos sim, mas que se contivessem às enxergas onde dormiam os seus autores! (...) As pessoas de bem que frequentassem nesse dia da exposição, a Rue Victor Massé não tinham de ver tanta imoralidade e indecência. Assim, os bons costumes foram consignados. A polícia mandou retirar os quadros da montra e encerrar as portas da galeria.»
A exposição poderia ter sido o começo da sua consagração como artista.
«Mas não foi. Foi, sim, o comprovativo da minha consagração como bêbado e devasso impossível de ser satisfeito.»
É a triste ironia vivida por muitos artistas: pouco sucesso durante a sua (curta) vida (Modigliani morreu aos 35 anos), mas... muito sucesso para quem agora negoceia as suas obras.
Já em 2015, Nu deitado, do mesmo pintor, tinha-se transformado na segunda obra mais cara de sempre vendida em leilão - mais de 158 milhões de euros (só superado por um quadro do seu contemporâneo e conhecido - não amigo! - Picasso).
Sem comentários:
Enviar um comentário