«Estamos em férias de Natal; é esta a época das festas de família, do plum-pudding, e duma praga de versos, de publicações, de baladas, de contos alegóricos, de cromo-litografias celebrando o velho ano, o bom Christmas, o ano novo e as doçuras do lar! O Natal dá lugar a uma singular experiência de literatura, que é para as letras o que o plum-pudding é para as confeitarias - um produto pesado e indigesto que todo o mundo gosta de ver sobre a mesa e em que ninguém toca, e que a gente grande estima pela alegria que dá às crianças. É sobretudo para as crianças que são escritas estas poesias piegas, e estas histórias de fantasmas, desenhadas estas vistas convencionais da neve e estas figuras grotescas da caridade. Os jornais, ou revistas, todas as publicações, põem de parte o bom senso, ciência ou arte, e dedicam um número a estas crianças, que se chama "o número de Natal", o que pela venda prodigiosa que tem, constitui um dos rendimentos das publicações inglesas. Os teatros fazem o mesmo: e todos sem excepção, representam nesta época a "pantomina", espécie de mágica desordenada, cheia de transformações, de bailados, e de glorias, onde aparecem simultaneamente actores, palhaços, cães sábios, virtuoses ilustres, feras, dançarinas célebres, habitantes de países exóticos (lapónios ou patagónios), macacos, esquadrões de cavalaria, e cascatas naturais! Estas representações duram três meses, e toda a família verdadeiramente inglesa e que respeita as tradições, vai ver a "pantomina" pelo menos três vezes, com todas as crianças e todos os criados: uma solenidade doméstica.»
Eça de Queirós, Cartas de Londres
Deixo votos de FELIZ NATAL,
ResponderEliminaramor, alegria, partilha, fraternidade, deverão fazer parte das ementas de Natal :)
abraço
Angela
Um Feliz Natal, Ângela.
ResponderEliminarDesejo-lhe tudo o que está na ementa.
Um abraço natalício
Carlos