Aquilo que conhecemos pela comunicação social é insuficiente e muita informação já é formatada.
Os comentadores, que, por vezes, também não sabem muito mais, alinham-se pelos prós ou pelos contras, porque, a priori, já eram pró ou contra.
Lula pode ter cometido actos de corrupção, mas a sua detenção, na sequência de todo um conjunto de acções que podem ter tudo menos asseio, tresanda a prisão política.
E o que me espanta é a alegria de tantos brasileiros pela prisão de "um político corrupto", quando é universalmente conhecida a ligação estreita entre os agentes judiciais e o meio político e o nível de corrupção existente nos vários órgãos do poder político, passando pelos deputados, senadores e pelo próprio Presidente da República. É público!
Quando há agentes políticos no activo que usam dessa prerrogativa para evitarem ser ouvidos em processos e são esses mesmos agentes políticos que levaram à condenação de Lula da Silva, ou a apressaram, para o afastarem da vida política, que confiança e que satisfação pode haver num sistema destes?
Exultam quando deviam desconfiar e deviam ter vergonha de um regime que tal permite.
Mas que raio de consciência colectiva!
Quando há ameaças veladas (ou não tão veladas) dos militares... (e a ditadura militar brasileira não foi há tanto tempo assim!)
Quando os novos políticos que se afirmam, tão "puros", deixam adivinhar tendências autoritárias...
Que irão fazer os outros tantos brasileiros pró-Lula ou que, pelo menos, não alinham com estas situações menos dignas de um regime que se pretende democrata?
A canção Menestrel das Alagoas foi um dos hinos da campanha das Diretas-Já,
movimento que exigia que o Congresso aprovasse a emenda constitucional
instituindo a realização da eleição directa para a Presidência da República,
visando pôr fim ao regime militar. As eleições de 1985, com a vitória de Tancredo Neves,
foram as últimas por via indirecta, tendo encerrado a ditadura militar.
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