Mesmo podendo pensar que não há um propósito para a vida humana, Hugo, há a nossa responsabilidade de viventes, pelo que não devemos ficar pelo seu simples desfrute "enquanto formos felizes".
(e o conceito de felicidade é tão... etéreo. Qual é a unidade-padrão?
E a felicidade daqueles que nos amam e que nós amamos?)
Somos todos feitos de poeira cósmica, constituída por átomos formados nas estrelas. E esses átomos deram origem ao que chamamos vida.
E se a poeira das estrelas sistematicamente organizada formou seres dotados de consciência, tal pode ser considerado um privilégio e uma responsabilidade.
Se a vida inteligente é rara - indiquem um outro ponto do universo onde ela exista!... -, na perspectiva cósmica, cada um de nós é precioso.
A vida, principalmente a vida humana, adquire um estatuto de inviolabilidade, resultado do processo contínuo de evolução.
E é no caminho da paz, do amor e da tolerância de que falavas que devemos procurar que essa evolução continue. Falavas bem! E temos de manter o optimismo, para que a vida valha a pena, e de ser fortes, para carregarmos a bagagem de poeira e continuarmos a vida das estrelas... Será esse o propósito.
Em ti perdemos um bom "carregador de poeira", daqueles que nos fazem falta pelas suas qualidades.
E foram essas qualidades, a tua extrema sensibilidade, a tua inteligência e a objectividade com que cumprias os teus deveres, que te traíram e provocaram o inesperado.
A tua desistência causou um choque profundo em quem te conhecia e te era próximo.
Para os amigos (sobretudo para os antigos alunos que me marcam positivamente), sonho sempre com um mundo de sucessos, nunca com um fim abrupto.
Vou esforçar-me por pensar, a exemplo da poesia, que brincas como as estrelas gostam e que te escondes nas imediações de um quasar ou num buraco negro de onde nos consegues ver.
Por um vez, não estou de acordo contigo.
Lamentavelmente, não voltarei a ter outra oportunidade para discordar.
não está longe do barro: "E formou o Senhor Deus o homem do pó da terra..."!!!
ResponderEliminarAos 27 anos é demasiado cedo para se dizer "Não sinto gosto em viver" e para o pó voltar à terra donde veio e o sopro da vida voltar para Deus...
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