Poucos meses depois (Setembro ou Outubro) haveria um voo tripulado.
Em Portugal, o padre Bartolomeu de Gusmão, já no início do mesmo século, havia dedicado parte do seu tempo à arte de criar aeróstatos.
Depois de pedir ao rei D. João V uma "petição de privilégio" para o seu "instrumento para andar pelo ar", a qual foi concedida, financiando o rei o projecto de desenvolvimento e a construção do aparelho, o padre voador, em Agosto de 1709, apresentou o seu balão em vários voos experimentais, um dos quais (o último?) teria sido na Casa da Índia, perante elementos da Corte (incluindo rei e rainha) e do Corpo Diplomático.
Que voo "livre" terá feito, a mítica Passarola sobre o Terreiro do Paço?
Fantástico ou fantasioso?
«Ao fim de uma hora levantou-se Scarlatti do cravo, cobriu-o com um pano de vela, e depois disse para Baltasar e Blimunda, que tinham interrompido o trabalho, Se a passarola do padre Bartolomeu de Gusmão chegar a voar um dia, gostaria de ir nela e tocar no céu, e Blimunda respondeu, Voando a máquina, todo o céu será música (...)»
José Saramago, Memorial do Convento
(chamo, outra vez, Marta Argerich ao palco)
Tinha mais piada um aeroporto em Lisboa com o nome de Bartolomeu de Gusmão.
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