"Quando todos os cálculos complicados se revelam falsos, quando os próprios filósofos não têm nada mais a dizer-nos, é desculpável que nos voltemos para a chilreada fortuita dos pássaros ou para o longínquo contrapeso dos astros ou para o sorriso das vacas."
Marguerite Yourcenar, Memórias de Adriano (revista e acrescentada por Carlos C., segundo Aníbal C. S.)

terça-feira, 7 de julho de 2015

Uma nova relação com as coisas

«Ele vislumbrou uma nova relação com o real, feita já não de oposições e distâncias, como se a vida não fosse um mistério único, mas sublinhando corajosamente os traços de união, os hífenes inesperados, as continuidades. E assim nos mostra que não há pequeno ou grande, não há cósmico nem quotidiano, não há interno ou exterior: por todo o lado e em todas as coisas está, pelo contrário, latente a mesma espantosa proposta que a vida em si mesma é.»

Texto (de despedida) da autoria de José Tolentino de Mendonça, sobre Alberto Vaz da Silva, hoje falecido.
Advogado, dedicado à grafologia, muito ligado ao círculo dos chamados católicos progressistas, aqueles que a partir da década de 1950 e até ao 25 de Abril, com destaque para o período do marcelismo, dinamizaram o Centro Nacional de Cultura, de que a sua esposa, Helena Vaz da Silva, foi presidente de 1979 a 2002, data da sua morte.
É uma geração que vai desaparecendo.

Almoço de Católicos para o Socialismo
(João Bénard da Costa, o 1.º da esq., Sophia de Mello Breyner, de óculos escuros,
Helena Vaz da Silva, 2.ª à direita, Alberto Vaz da Silva, o último da fila da direita)


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