Agora fala-se de um Dia do Vinho do Porto, sem o Internacional ou Mundial.
A data de hoje faz sentido: foi a 10 de Setembro de 1756 que D. José I assinou o alvará régio que instituiu a Companhia Geral da Agricultura das Vinhas do Alto Douro (a Real Companhia Velha).
O objectivo era limitar a preponderância dos ingleses no comércio dos vinhos do Douro e resolver a crise por que passava aquela região.
«(...) sustentando a cultura das vinhas, conserve as produções delas na sua pureza natural, em benefício da lavoura, do comércio e da saúde pública.»
A iniciativa, diz-se, foi do Marquês de Pombal, mas por detrás, também se diz, havia um velho frade dominicano de comportamentos pouco abonatórios para quem usava hábito (João de Mansilha) e, mais atrás, diz-se ainda, um grande vinicultor do Douro, pertencente a uma nobre família do Porto (Dr. Luís Beleza de Andrade). Ainda haveria um espanhol (Bartolomeu Pancorbo), continua o "diz-se diz-se", natural da Biscaia, que também se dedicava ao negócio do Vinho do Porto.
Diz-se que o frade, natural de S. Miguel de Lobrigos, "gozava de grande influência junto do Marquês" ou que era "subserviente em excesso aos interesses do Marquês". Será possível que as duas afirmações estejam certas e que Frei João e Pombal fossem "unha com carne"?
João de Mansilha foi procurador da Companhia na corte (aquilo a que chamaríamos hoje lobby). Caiu em desgraça com a queda em desgraça do Marquês.
As polémicas quanto à criação e início de funções da Companhia foram muitas, com revoltas à mistura, como o "motim dos taberneiros", na Quarta-Feira de Cinzas do ano de 1757, castigado, à "boa" maneira de Pombal, com um elevado número de enforcamentos e condenações ao degredo.
Pipas de (que representam... muita "massa") |
Sem comentários:
Enviar um comentário