Tudo era claro:
céu, lábios, areias.
O mar estava perto,
fremente de espumas.
Corpos ou ondas:
iam, vinham, iam,
dóceis, leves - só
ritmo e brancura.
Felizes, cantam;
serenos, dormem;
despertos, amam,
exaltam o silêncio.
Tudo era claro,
jovem, alado.
O mar estava perto.
Puríssimo. Doirado.
Eugénio de Andrade
Se me permite, penso que seria interessante localizar os espaços onde se desenrolaram os eventos de Peregrinação e ver como estão nos dias de hoje!
ResponderEliminarTambém no seguimento do anterior, achei interessante partilhar o vídeo de um senhor arquiteto francês que está a fazer um trabalho de mérito na conservação de alguns edifícios da ilha de Moçambique (o assunto foi uma descoberta para mim, não conhecia nada desta ilha, mas por lá passou Vasco da Gama!)
será preciso muito trabalho para que esse local classificado património mundial pela Unesco volte a prosperar e a ostentar a beleza dos edifícios; o hospital do século XIX ficou sem qualquer equipamento e só tem um médico
https://www.youtube.com/watch?v=c_ruqrt9AEU
Com tantos "aventureiros" que vão surgindo, pode ser que, agora pelo aniversário redondo da "Peregrinação", alguém se meta a tentar seguir os atribulados percursos de Fernão Mendes Pinto. Tentar porque nem todos os locais se conseguem identificar. Seria mesmo uma aventura.
ResponderEliminarHouve uma fase de algum interesse pelo património português no mundo - alguns programas de televisão que incidiam mais (ao que me lembro) na presença portuguesa no Oriente ("O mundo de cá", acho que era o nome), o estudo de História de Arte Portuguesa no Mundo, de Pedro Dias e o projecto Património de Origem Portuguesa no Mundo, desenvolvido pela Fundação Gulbenkian, com direcção do José Mattoso, para publicação de um conjunto de volumes sobre o assunto. Na sequência foi criado um site com alguma informação e que aceita contributos - http://www.hpip.org/Default/pt/Homepage
Não sei se é da crise, se da... "falta de mundo" de quem nos governa, se do mundo louco em que hoje vivemos, se de outras preocupações mais imediatas e limitadas, ou de tudo junto, o que me parece é que o cuidado com o património está a esmorecer. Também há alguns complexos coloniais (de ex-colonizados e do ex-colonizador) e a pobreza de muitos dos países onde esse património se localiza.
É curioso, como no caso da ilha de Moçambique, o interesse - e a intervenção - de algumas pessoas que, à partida, nem se pensaria que seriam os principais interessados. Ainda bem que há estes "poetas"!
Tinha um colega moçambicano que não se cansava de falar na ilha e nas suas belezas.
Cumprimentos
Carlos