"Quando todos os cálculos complicados se revelam falsos, quando os próprios filósofos não têm nada mais a dizer-nos, é desculpável que nos voltemos para a chilreada fortuita dos pássaros ou para o longínquo contrapeso dos astros ou para o sorriso das vacas."
Marguerite Yourcenar, Memórias de Adriano (revista e acrescentada por Carlos C., segundo Aníbal C. S.)

terça-feira, 26 de julho de 2011

Orgulho na liberdade

No outro dia, ainda muito longe de pensarmos que os dramáticos acontecimentos da Noruega poderiam acontecer, alguém me falava em “ética nórdica”.

Há, nos países nórdicos, uma forma diferente de estar. Eles não são o “mundo perfeito” – os recentes acontecimentos também disso são prova – mas, no meio de uma Europa desorientada, qual barata tonta reagindo casuisticamente às questões financeiras e aos problemas sociais, os países nórdicos ainda se parecem reger por princípios éticos, mantendo um racionalismo e uma crença nos valores da liberdade e do respeito humanos.
Imagino a paranóia securitária que reinaria nos EUA ou na maioria dos países europeus caso os atentados tivessem aí ocorrido.
Penso que os Noruegueses deram a melhor resposta: a liberdade preserva-se e vive-se... em liberdade.
Enquanto os meios de comunicação social portugueses procuram espremer o filão do manifesto do jovem assassino norueguês, o saloísmo das referenciazinhas a Portugal que aí se encontram, o macabrozinho que é sempre possível descobrir nestas ocorrências, o que será mais de enaltecer é o espírito com que os noruegueses vieram para a rua, o exemplo da resposta de um colectivo, de um povo que tem orgulho na sua liberdade.


P.S. - Inaugurei a etiqueta "Liberdade". "Roubei" a fotografia no Público on-line... em nome da liberdade. Espero que ningém leve a mal.

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